Bloomberg — A produção de minério de ferro da Vale no terceiro trimestre foi maior do que o esperado, ajudada pelo desempenho de sua principal mina, S11D, e pelo aumento da atividade no estado de Minas Gerais, que abriga as operações domésticas mais antigas da gigante do metal.
A produção da empresa brasileira saltou quase 4%, para 94,4 milhões de toneladas, em relação ao ano anterior, de acordo com comunicado divulgado na terça-feira (21). A estimativa média dos analistas acompanhados pela Bloomberg era de 91,2 milhões de toneladas.
A Vale (VALE3) está focada em aumentar a produção de minério de ferro, apesar do enfraquecimento da demanda chinesa e da chegada de nova oferta da Guiné com o projeto Simandou.
A estratégia da empresa é se posicionar como um player global flexível, capaz de adaptar seu portfólio às necessidades dos clientes. A Vale ainda está se recuperando das interrupções na produção causadas pelo desastre em Brumadinho em 2019.
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A Vale manteve estimativa de produção anual de 325 milhões a 335 milhões de toneladas. A meta de longo prazo é ultrapassar 360 milhões de toneladas anuais até 2030.
A empresa embarcou 86 milhões de toneladas do produto básico para a fabricação de aço durante o período de três meses, superando a rival Rio Tinto e ultrapassando seus números do trimestre anterior e do ano anterior.
A produção de cobre, por sua vez, aumentou 5,7% em relação ao ano anterior, enquanto a de níquel caiu ligeiramente.
“Os três negócios estão progredindo em direção ao limite superior do guidance de produção para 2025”, disse a empresa.
A Vale disse que os prêmios do minério de ferro melhoraram, apoiados por maiores contribuições de produtos com baixo teor de alumina.
Os preços do minério de ferro têm mostrado resiliência, sendo negociados acima de US$ 100 a tonelada neste ano, impulsionados por restrições do lado da oferta.
Ainda assim, a pressão da China para centralizar as compras de minério de ferro está agitando o mercado.
A China Mineral Resources Group, apoiada pelo Estado, entrou em conflito com a BHP ao proibir o transporte de cargas denominadas em dólares.
A CMRG foi encarregada de mudar o equilíbrio de poder nas negociações com mineradoras como a Vale, Rio Tinto e BHP para operadoras nacionais.
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