Bloomberg — A siderúrgica Usiminas (USIM5) manifestou preocupação com a possível tarifa de 50% ameaçada pelo presidente americano Donald Trump sobre o Brasil, que pode criar mais riscos para seus clientes exportadores.
Embora os embarques diretos da empresa para os Estados Unidos não sejam significativos, “o impacto na cadeia de suprimentos industrial do Brasil, e particularmente em nossos clientes exportadores,” gera preocupações, disse a Usiminas nesta sexta-feira (25) em seu relatório de resultados trimestrais.
As tarifas se somarão à deterioração da competitividade no mercado brasileiro de aços planos, afirmou a empresa.
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Os comentários da siderúrgica surgem enquanto o Brasil experimenta um fluxo de importações de aço, principalmente da China e outras nações do Sudeste Asiático, o que prejudica a indústria doméstica.
Os embarques de aço estrangeiro para o Brasil saltaram 29% no primeiro semestre do ano, segundo o grupo setorial Aço Brasil.
“Não conseguimos competir com quem recebe subsídios, não é justo”, disse o CEO Marcelo Chara na sexta-feira em uma teleconferência sobre os resultados. “Isso já está afetando o emprego no Brasil.”
O aumento da oferta estrangeira demonstra a “ineficácia” do sistema de cotas de importação que o governo federal impôs no ano passado sobre alguns tipos de ligas, disse a Usiminas.
A siderúrgica critica a recente renovação da cota tarifária com “ajustes que não parecem alterar estruturalmente a condição anterior.”
A Usiminas pede ao governo que conclua as investigações antidumping em andamento e adote medidas concretas para eliminar o que chama de “práticas desleais” que afetam a indústria e sua cadeia de suprimentos.
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