As montadoras japonesas têm perdido participação de mercado na China há anos, pois lutaram para lançar os tipos de modelos elétricos acessíveis e centrados em tecnologia, populares entre os motoristas locais.
A Toyota é uma das que têm buscado mudar esse roteiro.
A maior montadora do mundo registrou mais um mês de vendas em agosto, colocando-a no caminho certo para seu primeiro crescimento anual na China em quatro anos.
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A Toyota tem conquistado clientes com uma abordagem dupla que a leva a produzir veículos de energia elétrica fabricados localmente a preços atraentes, bem como a manter uma linha de híbridos que tem aproveitado a crescente demanda por alternativas aos carros totalmente elétricos.
As marcas antigas do Japão demoraram a responder ao rápido crescimento da demanda por carros elétricos, e sua falta de ofertas abriu a porta para fabricantes chineses como a BYD, que domina o mercado com seus modelos avançados carregados de software.
Isso levou a Toyota a repensar seu manual e o lançamento do bZ3X - um crossover compacto totalmente elétrico que custa cerca de US$ 15.000 - rapidamente se tornou popular.
“Nos últimos cinco anos, o mercado automobilístico chinês tem se mostrado muito difícil para as montadoras estrangeiras”, disse Julie Boote, analista automotiva da empresa de pesquisa Pelham Smithers com sede em Londres.
A Toyota indicou que tenta replicar o sucesso das montadoras chinesas, ao construir veículos elétricos de baixo preço com um alto teor de recursos tecnológicos, disse ela. “Parece que a empresa foi bem-sucedida”.
A combinação de tecnologia e preço convenceu Yu Cunhai, um empresário de TI baseado em Xangai, a comprar um bZ3X em maio.
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Inicialmente, ele considerou um BYD Song L, por seu preço acessível, ou no Tesla, com o Model Y, por seu desempenho e pela marca. O Model Y, por causa do desempenho e do prestígio da marca, mas as publicações do bZ3X nas mídias sociais chamaram sua atenção.
Ele comprou o modelo da Toyota, que era mais econômico do que o Tesla e, mesmo com sistemas avançados de assistência ao motorista, tinha preços competitivos em relação ao BYD. Foi um retorno à marca japonesa para Yu, que teve um Corolla por 13 anos e depois um Levin.
“A Toyota é uma boa marca, e nosso primeiro Corolla nos serviu bem”, disse ele. “Em geral, é um veículo elétrico acessível para o deslocamento na cidade.”
Linha crescente
Além do bZ3X, a Toyota também lançou o bZ5 no início deste ano e planeja expandir sua linha na China com modelos que incluem o bZ7 elétrico e um Lexus renovado, que estará disponível tanto como um VE quanto como um híbrido.
A Toyota deixou claras suas ambições de resistir à intensa concorrência, com planos de operar uma fábrica de propriedade integral na China - tornando-se apenas a segunda montadora estrangeira de automóveis de passageiros, depois da Tesla, a fazer isso.
Ela produzirá EVs movidos a bateria para sua marca Lexus na instalação perto de Xangai, que deve iniciar a produção em 2027 e ter uma produção anual inicial de 100.000 unidades.
Ainda assim, a montadora enfrenta ventos contrários contínuos em seu esforço para conquistar uma fatia maior da China.
Embora as vendas estejam aumentando, o lucro médio por carro caiu de ¥ 274.000 no ano fiscal de 2021 para ¥162.000 (US$1.090) no ano fiscal de 2024, de acordo com a Pelham Smithers. Seus lucros totais na China caíram de ¥ 525 bilhões para ¥ 290 bilhões no mesmo período.
A incursão da Toyota em EVs feitos para a China também tem alguns problemas iniciais. Yu disse que seu bZ3X tinha dezenas de questões triviais e descreveu alguns dos detalhes de design como inferiores aos modelos a gasolina mais antigos da montadora - embora, se tivesse a chance, ele escolheria o carro novamente. E a empresa está à mercê das rápidas mudanças nos gostos dos consumidores chineses.
Um aumento nas vendas de veículos híbridos no ano passado deu lugar a um crescimento mais modesto, à medida que os avanços na tecnologia de baterias, uma melhor infraestrutura de recarga e opções mais acessíveis empurram os compradores de volta para os carros totalmente elétricos.
As vendas de híbridos aumentaram 17% nos primeiros oito meses deste ano, em comparação com o crescimento de 76% no mesmo período do ano passado, de acordo com os dados da Passenger Car Association.
Mas o sucesso da Toyota este ano contrasta fortemente com seus pares japoneses, que também tiveram dificuldades para acompanhar as montadoras chinesas. As vendas da Toyota na China aumentaram 6% entre janeiro e agosto, enquanto as da Nissan Motor Co. caíram 9% e as da Honda Motor Co. registraram uma queda de 21%.
Agora há uma clara divisão nas vendas de veículos de nova energia entre as montadoras japonesas na China, disse o analista automotivo sênior da Bloomberg Intelligence, Tatsuo Yoshida. “A Toyota de um lado, todas as outras de outro”.
--Com a ajuda de Linda Lew.
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