Starbucks testa bebidas com água de coco nos EUA para atrair clientes ‘fitness’

Rede de cafeterias americana tem buscado desenvolver um cardápio mais saudável para atender público que valoriza saúde e bem-estar; testes incluem substituir açúcar e adicionar proteína extra

Starbucks
Por Daniela Sirtori
02 de Agosto, 2025 | 12:05 PM

Bloomberg — A Starbucks, que construiu uma base fiel de clientes em parte vendendo bebidas açucaradas e coloridas, tem uma visão para um cardápio mais saudável que se adequa melhor à era “Make America Healthy Again” (MAHA), movimento para tornar a alimentação mais saudável.

A empresa agora tem testado bebidas como matcha e cold brew feitos com água de coco, e xaropes adoçados com agave em vez de açúcar. E tem feito testes piloto com espuma gelada enriquecida com proteína e estudado a venda de mais produtos à base de plantas.

PUBLICIDADE

Os movimentos visam atrair o público que valoriza saúde e bem-estar, parte de uma reformulação mais ampla do cardápio projetada para trazer mais movimento às lojas e reverter uma queda persistente nas vendas.

Leia também: Redução de açúcar em produtos precisa ser sustentável, diz CEO da Danone Brasil

Na terça-feira (29), a empresa reportou seu sexto trimestre consecutivo de queda nas vendas das mesmas lojas e um recuo mais acentuado que o esperado nos lucros.

PUBLICIDADE

A reformulação do cardápio é um elemento de um plano de recuperação implementado pelo CEO Brian Niccol que ainda não deu frutos.

“Temos trabalhado na redução de açúcar”, disse Dana Pellicano, que lidera o desenvolvimento de produtos na Starbucks, em entrevista à Bloomberg News.

Nesta semana, a rede sediada em Seattle começou a testar bebidas à base de água de coco em cinco lojas da região de Nova York.

PUBLICIDADE

As bebidas têm cerca de um terço do teor de açúcar de uma bebida de frutas vermelhas, além de eletrólitos. Um teste regional maior será feito em breve.

Enquanto a rede constrói seu novo cardápio, o açúcar é uma área-chave de foco, disse a executiva.

A empresa também tem testado xaropes feitos com adoçantes como agave, tâmaras ou coco e está “trabalhando ativamente” em outras bebidas sem açúcar, disse Pellicano.

PUBLICIDADE

No início deste ano, a rede lançou Frappuccinos com menos calorias e bebidas energéticas enlatadas sem açúcar. Também removeu adoçante de seu pó de matcha.

A Starbucks caminha em uma linha tênue. Seus Frappuccinos e refrescos carregados de açúcar trazem movimento muito necessário às lojas, mas a rede também quer atrair um grupo crescente de clientes preocupados com a saúde.

O secretário de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, Robert F. Kennedy Jr., colocou os holofotes na empresa quando disse que o CEO Niccol prometeu que a Starbucks iria “avançar mais o MAHA” em seu cardápio.

O foco em adicionar opções mais saudáveis antecede o governo Trump, segundo Pellicano.

A empresa removeu ingredientes como xarope de milho rico em frutose, bem como corantes e sabores artificiais, há anos. Também lançou um matcha sem açúcar em janeiro, antes de Kennedy ser confirmado em seu cargo.

A estratégia, disse Pellicano, é oferecer mais opções para atrair uma variedade de clientes.

Para pessoas que tomam medicamentos para perda de peso ou fazem dieta, a Starbucks estuda alimentos mais densos em nutrientes, como aquela espuma proteica.

A empresa planeja opções vegetarianas, veganas e sem glúten.

Qualquer novo item de comida ou bebida que lançar começará com um teste em cinco lojas americanas.

A partir daí, baristas e clientes podem dar feedback sobre tudo, desde sabor até o quão difíceis os produtos são de fazer. Se for bem-sucedido, um lançamento mais amplo seguirá.

“Somos líderes da indústria em personalização”, disse ela, acrescentando que a Starbucks quer que os clientes encontrem algo em seu cardápio “sem ter que sacrificar como querem se sentir sobre suas escolhas.”

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

Mensalidades a R$ 1.800: Bio Ritmo quer dominar segmento de academias high-end

Biomédico criou método para tirar vinho sem abrir a garrafa. Hoje fatura US$ 100 mi