Starbucks nega planos de sair da China e cita potencial para crescer a longo prazo

Rede de cafeterias considera novas parcerias no país asiático, mas descarta deixar o seu segundo maior mercado; relatório que dizia que havia esse plano levou à alta das ações na véspera

A rede de cafeterias tem sido prejudicada por concorrentes domésticos mais baratos
Por Daniela Sirtori
24 de Junho, 2025 | 08:28 AM

Bloomberg — A Starbucks informou que não considera neste momento uma venda total de seus negócios na China, o que contesta um relatório da Caixin Global que havia feito com que as ações subissem no final do pregão na segunda-feira (23), no momento em que luta contra rivais locais mais baratos em seu segundo maior mercado.

“Temos uma equipe de classe mundial na China e uma marca forte”, disse a empresa em um comunicado.

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“Vemos um potencial significativo de longo prazo no mercado e estamos avaliando as melhores maneiras de capturar as futuras oportunidades de crescimento.”

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Na segunda-feira anterior, a Caixin Global informou que a Starbucks estava considerando uma venda total de seus negócios na China, ao citar pessoas familiarizadas com o assunto.

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As ações subiram menos de 1% no pregão estendido de Nova York, reduzindo a maior parte do ganho anterior.

A Starbucks, que tradicionalmente se apresenta como uma oferta premium na China, tem enfrentado dificuldades durante a lenta recuperação econômica do país após a pandemia de covid-19.

A rede tem sido prejudicada por concorrentes domésticos mais baratos - especialmente a empresa local Luckin Coffee, que ultrapassou a Starbucks em vendas anuais na China pela primeira vez em 2023 - à medida que os consumidores do continente, que antes iam a restaurantes estrangeiros mais caros, reduzem seus gastos.

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As vendas nas mesmas lojas na China permaneceram estáveis no último trimestre, depois de caírem por quatro trimestres consecutivos.

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Para atrair de volta os clientes da China continental, a Starbucks lançou recentemente opções sem açúcar e cortou os preços de mais de uma dúzia de bebidas à base de chá, aproximando-os dos preços das cadeias de chá chinesas.

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A empresa também contratou seu primeiro diretor de crescimento no país, dizendo que planejava seguir uma estratégia de marketing de intermediação com marcas de entretenimento e ícones da cultura pop.

A Starbucks, sediada em Seattle, procurou investidores ao considerar opções para seus negócios na China, incluindo uma possível venda de participação, informou a Bloomberg News.

O diretor executivo Brian Niccol disse no ano passado que a Starbucks estava explorando parcerias para ajudá-la a longo prazo, sem entrar em detalhes.

A Starbucks é apenas uma das marcas ocidentais - incluindo a Häagen-Dazs, da General Mills, e a varejista esportiva Decathlon - que têm reavaliado suas abordagens em relação à China, à medida que enfrentam a crescente concorrência local e a retração do consumidor.

A rede está passando por uma reviravolta mais ampla sob o comando de Niccol, que ingressou na empresa em setembro. Em toda a empresa, a Starbucks registrou cinco trimestres consecutivos de queda nas vendas nas mesmas lojas.

-- Com a colaboração de Jonathan Roeder.

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