Samsung compra grupo alemão por US$ 1,7 bi e reforça aposta em data centers e IA

Aquisição da FläktGroup Holding, que atua com aquecimento e refrigeração e tem data centers como clientes, é o maior M&A da gigante de tecnologia sul-coreana desde 2017

Samsung Electronics Co
Por Yoolim Lee
14 de Maio, 2025 | 09:00 AM

Bloomberg — A Samsung concordou em comprar a FläktGroup Holding, empresa europeia que atua com aquecimento e refrigeração, por € 1,5 bilhão (US$ 1,7 bilhão). Trata-se de sua maior aquisição no exterior em oito anos.

A empresa sul-coreana firmou um pacto para adquirir todas as ações da centenária empresa alemã da Triton. Esse acordo deve ser concluído em 2025, disse a empresa em um comunicado. As ações da Samsung subiram até 1,6% na manhã de quarta-feira em Seul.

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O FläktGroup ajudaria a reforçar a posição da Samsung contra rivais como a LG no mercado de aquecimento, ventilação e ar-condicionado, que está se expandindo rapidamente junto com a necessidade de resfriar centros de dados durante o boom de desenvolvimento de IA.

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A transação, adiantada pela Bloomberg News, sinaliza o retorno da Samsung a um modo mais aquisitivo, uma mudança destinada a reavivar o crescimento em um negócio que abrange a fabricação de chips, eletrodomésticos e smartphones.

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O acordo com o FläktGroup é a aquisição mais significativa da empresa desde a compra da Harman por US$ 8 bilhões em 2017.

“A mudança reflete uma aposta estratégica no crescimento acelerado dos data centers”, disse Greg Roh, analista da Hyundai Motor Securities.

“Isso ajuda a Samsung a abordar uma lacuna importante em seu portfólio, fortalecendo sua posição ao competir com as principais empresas.”

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O FläktGroup foi criado em 2016 depois que a empresa de private equity Triton adquiriu o Fläkt Woods e o fundiu com a DencoHappel para formar um líder europeu em HVAC (Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado, na sigla em português).

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A empresa alemã, que oferece soluções de resfriamento, tem mais de 60 grandes clientes, incluindo empresas de data centers, empresas farmacêuticas, de biotecnologia e de alimentos e bebidas.

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Também atende instalações de grande escala projetadas para baterias e componentes de veículos elétricos, de acordo com a declaração da Samsung.

A Samsung identificou a HVAC entre seus novos pilares de crescimento e tem procurado ativamente comprar ativos.

Ela estava entre os pretendentes da Johnson Controls, mas perdeu para a Robert Bosch GmbH no ano passado.

No ano passado, a empresa coreana formou uma joint venture com a Lennox para fortalecer sua posição no mercado norte-americano de HVAC.

O então CEO da Samsung, Han Jong-hee, disse em uma reunião anual de acionistas em março que a empresa está em busca de fusões e aquisições em HVAC, robótica e tecnologia médica para diversificar seus negócios e capitalizar as oportunidades emergentes.

O mercado global de HVAC pode chegar a US$ 545,4 bilhões em 2034, contra uma estimativa de US$ 310,6 bilhões em 2024, de acordo com a Global Market Insights.

Somente a demanda dos data centers poderá crescer de 20% a 30% ao ano, chegando a US$ 20 bilhões até 2027, escreveram os analistas da Bloomberg Intelligence, com estimativas da Omdia.

“A intensidade crescente do gerenciamento térmico é exponencial à medida que a IA se acelera e os grandes sites de hiperescala e colocation representam uma parcela maior do mercado”, escreveram eles em abril.

O Citigroup atuou como único consultor da Samsung Electronics, enquanto o UBS assessorou a Triton na venda.

-- Com a colaboração de Youkyung Lee.

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