Renault e Geely anunciam investimento de R$ 3,8 bilhões para produzir carros no Brasil

Empresas pretendem desenvolver novos modelos em conjunto com foco em veículos de baixa emissão das duas marcas a serem produzidos no país a partir de 2026

Empresas pretendem desenvolver novos modelos em conjunto com foco em veículos de baixa emissão das duas marcas a serem produzidos no país a partir de 2026
Por Leonardo Lara - Albertina Torsoli
18 de Novembro, 2025 | 03:02 PM

Bloomberg — A Renault e a chinesa Geely pretendem investir R$ 3,8 bilhões (US$ 714 milhões) no Brasil para desenvolver novos modelos em conjunto, após as duas fabricantes de automóveis decidirem unir forças para competir no maior mercado automobilístico da América do Sul.

Parte dos recursos será destinada a uma nova plataforma de zero e baixas emissões da Geely, que servirá de base para dois novos veículos a serem produzidos a partir do segundo semestre de 2026, disseram as empresas na terça-feira (18).

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O restante será usado para atualizar um modelo Renault existente no próximo ano e lançar um novo em 2027, a partir de uma plataforma de zero emissões.

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No início deste mês, a Geely concordou em adquirir uma participação de cerca de 26% na Renault do Brasil, dando à proprietária chinesa da marca Volvo Cars acesso à rede de distribuição da Renault e a um centro de engenharia.

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O acordo ajudará a Renault a acelerar a produção em sua fábrica de São José dos Pinhais, ao mesmo tempo que abre acesso à plataforma de fabricação de veículos multienergéticos da Geely.

A América do Sul, região tradicionalmente dominada por marcas automobilísticas americanas e europeias, tornou-se uma área de foco crescente para os fabricantes chineses, à medida que os EUA e a União Europeia tentam proteger seus mercados internos com tarifas de importação.

A Renault tem firmado diversas parcerias tecnológicas para expandir sua atuação fora da Europa.

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A montadora assinou acordos com a Qualcomm, o Google, da Alphabet, e a Geely, inclusive na Coreia do Sul. Ao mesmo tempo, a expansão das montadoras chinesas na Europa intensificou a concorrência no segmento de modelos acessíveis, pelo qual a Renault é conhecida.

A montadora francesa trabalha em um novo plano de negócios, que será apresentado no início do próximo ano, e um de seus pilares principais será o crescimento em mercados emergentes, como a América Latina, disse o CEO François Provost no início deste mês.

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“As montadoras de automóveis estão sendo atacadas pelas marcas chinesas, então optamos por nos tornar chineses na América do Sul”, disse Provost à margem de um evento em Paris, em 6 de novembro.

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