Red Lobster ensaia retomada com serviço melhor, novo cardápio e visual para postar

Sob o comando do CEO Damola Adamolekun, famosa rede frutos do mar investe em treinamento dos funcionários e na reforma de restaurantes: ‘os jovens querem tirar fotos e postar nas redes’, diz em entrevista à Bloomberg News

A Red Lobster restaurant in Fairfax, Virginia, US, on Friday, June 7, 2024. Seafood restaurant chain Red Lobster, which filed for bankruptcy last month, will be in bankruptcy court on June 14. Photographer: Ting Shen/Bloomberg
Por Daniela Sirtori
19 de Junho, 2025 | 10:17 AM

Bloomberg — O novo CEO da Red Lobster disse que o feedback dos clientes melhorou significativamente desde que a rede de restaurantes saiu da recuperação judicial com um cardápio reformulado e um foco renovado na hospitalidade.

A rede de restaurantes de frutos do mar mais famosa do mundo monitora avaliações online para medir o nível de satisfação dos clientes.

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Comentários positivos agora superam em muito os negativos, e as avaliações gerais estão bem acima da média do setor, disse o CEO Damola Adamolekun em uma entrevista à Bloomberg News.

O executivo atribuiu essa mudança em parte ao fato de a empresa ter treinado os funcionários para interagirem mais com os clientes.

“Se um cliente entra, alguém deve estar sorrindo para recebê-lo no balcão de recepção”, disse Adamolekun. “Se um cliente quiser usar o banheiro, você o acompanha até o banheiro — não aponta onde fica”, exemplificou.

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Fundada na Flórida em 1968, a Red Lobster se expandiu rapidamente nas décadas de 1970 e 1980 e conquistou uma base fiel de clientes graças aos seus pãezinhos de queijo cheddar. Chegou até a países como o Brasil nos anos 2000.

Por um tempo, foi um dos principais nomes da gastronomia casual - o casual dining -, vista como um destino “sofisticado” para celebrar formaturas e outros eventos da vida.

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Mais recentemente, no entant, custos elevados com mão-de-obra e aluguéis, além de uma promoção de camarão à vontade que dava prejuízo, ajudaram a empurrar a empresa de capital fechado para o pedido de proteção contra credores por meio do Chapter 11 da legislação americana em maio de 2024.

Agora, a rede busca se reconectar com os clientes e atrair uma nova geração de fãs, mesmo diante de uma desaceleração mais ampla no movimento dos restaurantes, que tem afetado especialmente as redes de refeições casuais.

Adamolekun, que anteriormente liderou a reestruturação da rede de comida asiática P.F. Chang’s, foi nomeado para o cargo mais alto na Red Lobster quando a empresa saiu da recuperação judicial em setembro passado.

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Desde então, as vendas e o movimento melhoraram, segundo ele, embora sem apresentar números específicos.

Uma de suas primeiras medidas foi renovar o cardápio com novos itens como massa pappardelle com lagosta e vieiras envoltas em bacon.

O executivo de 36 anos também trouxe de volta pratos adorados pelos fãs, como hush puppies e camarão empanado, mantendo os tradicionais pãezinhos.

Outras ações incluíram o lançamento de comerciais na TV, o fortalecimento da presença da marca nas redes sociais e parcerias com times esportivos, como a liga de basquete 3 contra 3 de Ice Cube.

Adamolekun disse que não tem planos imediatos de trazer de volta o camarão à vontade, mas não descartou a ideia para o futuro, observando que a promoção já foi lucrativa em certo momento.

Enquanto isso, a Red Lobster lançou ofertas de entrada e um happy hour de US$ 5. A rede também oferece uma promoção de três pratos com “sensação de camarão” por US$ 19,99 em locais selecionados, que é lucrativa, segundo Adamolekun.

“Queremos sempre ter uma oferta de valor central”, disse ele em entrevista à Bloomberg TV. “Valor contínuo é importante para o cliente, especialmente em um ambiente macroeconômico desafiador.”

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A empresa transferiu parte de seu fornecimento de camarão da China para países como a Índia, para evitar as altas tarifas impostas pelo governo Trump.

A Red Lobster adquire lagostas e caranguejos nos EUA ou no Canadá, países isentos de muitas tarifas conforme o acordo de livre comércio USMCA - pelo menos até segunda ordem no governo atual.

Uma das maiores prioridades de Adamolekun é reformar os 545 restaurantes da rede para que fiquem “energéticos, vibrantes, acolhedores, calorosos.”

Ele estima que os custos de reforma sejam de cerca de US$ 500 mil ou mais por unidade e disse que o processo pode levar de quatro a cinco anos.

E pretende abrir o primeiro restaurante reformado nos próximos seis meses, possivelmente em Atlanta. Restaurantes com aparência melhor tendem a gerar mais visitas recorrentes, segundo o CEO.

“Os jovens, em especial, se importam com a aparência e o ambiente de um restaurante”, disse ele. “Eles são os que mais se importam, porque querem poder tirar fotos, querem poder postar nas redes sociais.”

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