Reckitt vende marcas de cuidados domésticos para Advent em acordo de US$ 4,8 bi

Gigante de bens de consumo concordou em vender a maior parte de seus negócios para a empresa de private equity, enquanto se concentra em operações de crescimento mais rápido

Dettol, Air Wick, Vanish and Cillit Bang health and hygiene products, produced by Reckitt Benckiser Group Plc, in an arranged photograph in London, U.K., on Wednesday, Oct. 14, 2020. Reckitt are due to report third-quarter sales on Oct. 20. Photographer: Hollie Adams/Bloomberg
Por Deirdre Hipwell - Jennifer Creery
18 de Julho, 2025 | 08:49 AM

A Reckitt Benckiser concordou em vender a maior parte de seu negócio de cuidados com a casa para a Advent International por um enterprise value de até US$ 4,8 bilhões, no momento em que a empresa britânica de bens de consumo se concentra em operações de crescimento mais rápido.

A Reckitt disse que manterá uma participação de 30% no negócio, cujas marcas incluem os purificadores de ar Air Wick e os limpadores Cillit Bang.

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No Brasil, a Reckitt tem marcas consagradas como Veja, Bom Ar, Harpic, Vanish e SPB, entre outras, na sua divisão de cuidados para casa.

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O valor da empresa inclui até cerca de US$ 1,3 bilhão de considerações contingentes e diferidas, informou a empresa nesta sexta-feira (18).

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As ações da Reckitt subiram 2% no início das negociações em Londres. A ação acumula alta de quase 14% em 12 meses até o fechamento de quinta-feira (17).

No ano passado, o CEO Kris Licht anunciou planos para vender algumas das marcas de cuidados domésticos não essenciais da Reckitt e rever as opções para seu negócio de fórmulas infantis.

A proposta de venda fazia parte de sua estratégia para simplificar a Reckitt e se concentrar em negócios de crescimento mais rápido do negócio, após alguns anos difíceis em que grandes empresas de bens de consumo têm que enfrentar um período de orçamentos apertados para os consumidores - em que muitas vezes estes realizam a troca por produtos sem marca.

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Embora a unidade de cuidados domésticos da Reckitt tenha sido impulsionada durante a pandemia, quando a demanda por produtos de limpeza e desinfetantes disparou, esses benefícios diminuíram.

A empresa agora espera um crescimento mais rápido das marcas de saúde do consumidor, como as pastilhas Strepsils, os preservativos Durex e os remédios para resfriado Mucinex, e também vai manter marcas de cuidados domésticos de melhor desempenho, como Lysol e Dettol.

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A Reckitt espera pagar um dividendo especial de US$ 2,2 bilhões aos acionistas após a conclusão do negócio, que deve ocorrer até 31 de dezembro.

A empresa também incorrerá em custos únicos de cerca de US$ 800 milhões relacionados à transação.

“Isso deve impulsionar a credibilidade da administração, que dependia em grande parte da execução bem-sucedida desse acordo, e permitir que os investidores se concentrem mais no núcleo da Reckitt”, disseram James Edwardes Jones e Wassachon Udomsilpa, analistas da RBC, em uma nota.

A avaliação das empresas que estão sendo vendidas está abaixo do valor inicial de £ 6 bilhões (US$ 8 bilhões) que a Reckitt buscava quando colocou as marcas à venda no ano passado, informou a Bloomberg News anteriormente.

Os compradores em potencial, que também incluíam a Lone Star Funds, apresentaram avaliações em uma faixa inferior de £ 3 bilhões a £ 4 bilhões, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.

Em março, a Reckitt disse que espera um crescimento modesto das vendas neste ano, à medida que reformula o negócio - um movimento que, segundo a empresa, proporcionaria um desempenho significativamente mais forte a partir de 2026.

A unidade de fórmulas infantis, criada pela aquisição da Mead Johnson por US$ 17 bilhões em 2017, continua sendo um ponto sensível para a Reckitt. Licht reconheceu no ano passado que a unidade, que foi atingida por problemas legais nos EUA, nem sempre foi um ajuste natural no grupo.

-- Com a colaboração de James Cone.

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