Quem vence o Super Bowl? Wall St coloca fichas nas ações de cassinos e apostas online

Maior noite do futebol americano registra desempenho recorde em apostas, enquanto hotelaria de Las Vegas lota mesmo com reajuste de tarifas

Super Bowl
Por Peyton Forte
10 de Fevereiro, 2024 | 05:44 PM

Bloomberg — Um número recorde de apostas sobre se o San Francisco 49ers ou o Kansas City Chiefs levarão para casa o troféu do Super Bowl 2024 fez com que Wall Street colocasse suas fichas que as ações ligadas a apostas online serão as vencedoras da maior noite do futebol americano do ano.

Estima-se que cerca de 68 milhões de americanos vão apostar um recorde de US$ 23,1 bilhões, preparando o confronto do campeonato em Las Vegas para ser o evento esportivo mais apostado na história dos Estados Unidos.

Quase 30 milhões de pessoas devem fazer essas apostas online e legalmente usando uma casa de apostas esportivas dos EUA, de acordo com uma pesquisa da American Gaming Association.

Operadores de cassinos que expandiram para apostas digitais, incluindo MGM Resorts International e Caesars Entertainment, estão preparados para ganhar um impulso com as apostas, bem como um aumento nas visitas a Las Vegas.

PUBLICIDADE

A crescente popularidade das apostas online levou as ações da DraftKings a triplicarem de valor no último ano, enquanto a Flutter Entertainment, proprietária da FanDuel, subiu mais de 23%, superando os benchmarks locais.

“Os operadores da Strip [local em Las Vegas que concentra hotéis e cassinos] são os verdadeiros vencedores”, disse Chad Beynon, analista da Macquarie. Ele está muito animado com as opções de menu para apostas esportivas.

Haverá apostas disponíveis em tudo, desde a quantidade de vezes que as câmeras mostram Taylor Swift até a cor dos sapatos do Usher.”

PUBLICIDADE

Com os ingressos para assistir ao Super Bowl 2024 no preço mais caro da história, já que os consumidores continuam gastando em experiências, isso deve sustentar preços recordes em hospedagens de alto padrão como Wynn Resorts, acrescentou Beynon.

A Autoridade de Convenções e Visitantes de Las Vegas projeta que 330.000 visitantes irão para a “Cidade do Pecado” para o grande jogo, gerando mais de US$ 600 milhões para a economia local.

MGM Resorts International e Caesars Entertainment também se destacam como os principais beneficiados do aumento do fluxo de pessoas, pois operam cerca de duas dúzias de propriedades ao longo da Las Vegas Strip.

Além do setor de tecnologia

As demonstrações financeiras indicam que os operadores de cassino já estavam percebendo um forte ímpeto em Las Vegas. A Wynn reportou um expressivo resultado acima do esperado no quarto trimestre mais cedo esta semana, com a partida do dia 11 de fevereiro e o Ano Novo Lunar chinês contribuindo para o maior otimismo.

A Red Rock Resorts também publicou seus números trimestrais, impulsionados pela abertura bem-sucedida de sua propriedade Durango fora da Strip. Na próxima semana, os investidores terão resultados da MGM, Penn Entertainment e DraftKings.

Aqueles em busca de retornos fora do setor de tecnologia podem considerar o setor de viagens, segundo Sylvia Jablonski, diretora executiva da Defiance ETFs e supervisora do fundo de investimento em hotéis, companhias aéreas e cruzeiros da empresa.

“É como se o setor de viagens estivesse escondido debaixo de uma pedra,” disse Jablonski, cujo fundo de US$ 36 milhões cresceu 10% no último ano, mas não recebeu fluxos significativos desde o último mês de julho.

PUBLICIDADE

“A maioria das pessoas ainda está tentando diversificar e se afastar do ‘Mag Seven’ [as sete ações consideradas ‘magníficas’, das gigantes Apple, Microsoft, Amazon, Nvidia, Alphabet, Meta e Tesla] e dos semicondutores”.

Riscos da aposta

É claro que os cassinos ainda não ganharam o grande prêmio. Um benchmark da S&P de empresas de games – que inclui MGM, Caesars e Wynn entre seus principais investimentos — está cerca de 7% abaixo do pico de fechamento de 52 semanas de julho, e os custos decorrentes de novos contratos trabalhistas são esperados para reduzir as margens.

O último grande evento esportivo que aconteceu na cidade acabou ficando bem abaixo das altas expectativas dos investidores. A Fórmula 1, prestigiada competição internacional de corrida, ajudaria, segundo as expectativas, a posicionar Las Vegas como um centro esportivo global, mas em vez disso teve baixo índice de audiência e vendas fracas de bilheteria.

Diferentemente da F1, o Super Bowl já está alimentando a demanda em todo o espectro de renda. O Bank of America (BAC) calcula que a reserva de quartos no Caesars e na MGM aumentaram mais de 70% em relação aos níveis da F1, enquanto a rede Wynn está esgotada desde dezembro.

PUBLICIDADE

E, apesar de os cassinos terem ficado atrás do mercado no último ano, analistas esperam uma recuperação adicional com um potencial de retorno de 18% nos próximos 12 meses, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

Considerando até a data do evento deste fim de semana, o indicador de 10 componentes está sendo negociado no seu nível mais alto desde setembro, estendendo sua sequência de ganhos para a mais longa desde outubro.

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também:

PUBLICIDADE

Gol acusa a Latam na Justiça de tentar se apropriar de seus aviões e pilotos

‘Big brother’ no mercado dos EUA opõe a SEC ao bilionário Ken Griffin, da Citadel