P&G: receita cresce acima das projeções com demanda por beleza e higiene

Consumidores mantêm fidelidade a marcas como Gillette e Secret, enquanto empresa corta projeção de impacto das tarifas; ‘O ambiente do consumidor não é ótimo, mas é estável’, disse Andre Schulten, diretor financeiro da P&G, a jornalistas

A empresa sediada em Cincinnati, Ohio, relatou um crescimento orgânico da receita de 2% no período - acima da estimativa média dos analistas.   (Foto: Mario Tama/Getty Images)
Por Lily Meier
24 de Outubro, 2025 | 10:24 AM

Bloomberg — A Procter & Gamble (P&G) divulgou vendas melhores do que as esperadas para o primeiro trimestre, uma vez que os consumidores aparentemente não se importaram com os aumentos de preços e compraram os aparelhos de barbear Gillette e o desodorante Secret.

A empresa também reduziu pela metade o impacto projetado das tarifas.

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A empresa sediada em Cincinnati, Ohio, relatou um crescimento orgânico da receita de 2% no período - acima da estimativa média dos analistas.

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Essa medida elimina a volatilidade da moeda e o impacto das aquisições. A receita e o lucro por ação também superaram as expectativas.

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Tanto o volume quanto as vendas aumentaram mais do que o esperado para as categorias de beleza e cuidados pessoais da empresa, liderando o crescimento das vendas no trimestre encerrado em 30 de setembro.

Essas divisões compensaram o desempenho mais fraco em outras áreas, como cuidados com bebês, femininos e familiares.

“O ambiente do consumidor não é ótimo, mas é estável”, disse Andre Schulten, diretor financeiro da P&G, na coletiva de imprensa.

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Os resultados refletem a resistência dos consumidores e sugerem que a estratégia da P&G de cobrar um prêmio por seus produtos, ao mesmo tempo em que os comercializa como superiores à concorrência, está valendo a pena.

A mensagem publicitária da empresa sobre o Tide, por exemplo, é que o detergente acabará economizando o dinheiro dos compradores porque faz um trabalho melhor para manter as roupas livres de manchas.

As ações subiram até 4,4% nas negociações do pré-mercado na sexta-feira, que também foi uma data ex-dividendo para a empresa. As ações da P&G haviam caído 9,2% este ano até o fechamento de quinta-feira, enquanto o índice S&P 500 ganhou quase 15% no mesmo período.

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A empresa de bens de consumo, que também é proprietária das toalhas de papel Bounty, anunciou cortes de cerca de 15% da força de trabalho corporativa nos próximos dois anos, em uma tentativa de melhorar a eficiência.

Além disso, está contratando um novo diretor executivo e revendo seu portfólio de marcas.

Corte no impacto das tarifas

A P&G manteve, em grande parte, sua perspectiva para o ano fiscal que está programado para terminar em junho, e espera um impacto mais suave das tarifas e dos preços das commodities.

A empresa agora vê o impacto esperado dos impostos em US$ 400 milhões, depois dos impostos, abaixo da projeção de US$ 800 milhões em julho. A redução foi impulsionada pelo fato de o Canadá ter removido a maioria das tarifas retaliatórias sobre os produtos norte-americanos.

No entanto, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse na noite de quinta-feira que as negociações comerciais com o Canadá estavam sendo encerradas. Na entrevista coletiva, Schulten destacou que uma mudança oficial nas tarifas ainda não foi anunciada.

A empresa aumentou os preços, em média, em todas as suas divisões de negócios, exceto cuidados com bebês, femininos e familiares. Alguns consumidores, pressionados pelos custos mais altos em toda a economia, começaram a reduzir seus gastos, buscando descontos e maior valor.

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