Bloomberg — A Petrobras deve adiar a concessão de até quatro contratos de perfuração em seu maior campo marítimo por pelo menos alguns meses, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pela Bloomberg News.
A medida que ocorre em um momento em que operadores acompanham de perto a produção do país em meio a uma crescente superoferta global de petróleo bruto.
A expectativa era de que a empresa finalizasse os contratos de perfuração para o campo de Búzios neste ano, mas a Petrobras deve aguardar até 2026, em parte porque está adquirindo conhecimento sobre o reservatório, o que a ajudará a localizar poços futuros com mais eficácia, disseram duas pessoas, que pediram para não serem identificadas por discutirem informações que não são públicas. Outra pessoa disse que Petrobras deu aos contratados até o final de 2025 para revisarem suas propostas.
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O programa de perfuração determinará a rapidez com que a Petrobras atingirá o pico de produção em Búzios, um campo chave para o crescimento da produção brasileira neste ano, que contribuiu para o excedente global de petróleo. Búzios recentemente superou um milhão de barris por dia e poderia atingir o dobro esse valor por volta do final da década.
A demanda por navios capazes de perfurar em busca de petróleo bruto em águas profundas está mais fraca, visto que os custos mais altos, a queda dos preços do petróleo e a concorrência da produção terrestre mais barata levam as empresas de perfuração a se concentrarem apenas nas áreas mais produtivas.
O fornecimento mundial de petróleo bruto irá exceder a demanda em pouco mais de quatro milhões de barris por dia no próximo ano, disse a Agência Internacional de Energia (AIE) em um relatório divulgado no início deste mês.
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A Petrobras informou, em resposta a perguntas, que está com um processo em andamento para contratar plataformas de perfuração para Búzios, sem detalhar quando os contratos serão concedidos.
A empresa afirmou que revisa continuamente a demanda por recursos críticos, incluindo unidades de perfuração, para otimizar o desenvolvimento de projetos.
Os contratos são uma importante fonte de receita futura para as operadoras de navios-sonda e para o setor de serviços petrolíferos em geral, que fornece os equipamentos submarinos necessários para a conclusão dos poços.
A Petrobras tem pressionado os fornecedores a reduzirem custos para compensar a queda dos preços do petróleo, segundo analistas e empresas de perfuração offshore.
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A empresa de perfuração offshore Valaris diz que o Brasil deve contribuir com quase um terço da demanda por navios-sonda até 2029, de acordo com uma apresentação de resultados trimestrais.
O setor está em um período de calmaria temporária, com a atividade de perfuração prevista para ter o pior momento no fim deste ano e depois melhorar em 2026, o que deverá aumentar o custo do arrendamento de unidades, afirmou o CEO Anton Dibowitz no mês passado em uma teleconferência com analistas e investidores.
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