Petrobras retoma a busca por petróleo na Margem Equatorial após embate

A estatal informou ter iniciado a perfuração do poço Pitu Oeste, no Rio Grande do Norte; a licença do Ibama para perfurar dois poços na Bacia Potiguar foi emitida em outubro

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Bloomberg Línea — A Petrobras (PETR3, PETR4) informou neste sábado (23) em comunicado ao mercado que iniciou a perfuração do poço de Pitu Oeste, no Rio Grande do Norte, marcando a retomada da pesquisa por óleo e gás na Margem Equatorial.

O trabalho da estatal de busca por petróleo na região enfrentou questionamentos do Ministério do Meio Ambiente, o que levou a um embate público com membros da pasta e do governo federal.

A Margem Equatorial é constituída de cinco bacias, do Amapá ao Rio Grande do Norte, incluindo a Foz do Amazonas, foco de grande polêmica em meados de maio deste ano.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negou a licença para os trabalhos de pesquisa nessa bacia, que fica próximo à região amazônica, enquanto a Petrobras e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendiam publicamente a autorização.

Segundo a Petrobras, a perfuração do poço na concessão BM-POT-17, localizada a 53 quilômetros da costa do Rio Grande do Norte, levará de três a cinco meses. “Por meio do poço de Pitu Oeste, a Petrobras obterá mais informações geológicas da área, o que permitirá a confirmação da extensão da descoberta de petróleo já feita, em 2014, no poço de Pitu”, disse no comunicado.

A companhia informou ter recebido do Ibama, em outubro de 2023, a licença de operação para a perfuração de dois poços de pesquisa de óleo e gás em águas profundas na Bacia Potiguar.

Ainda no âmbito da mesma licença ambiental, a companhia informou que pretende perfurar o poço Anhangá, na concessão POT-M-762, localizada a 79 quilômetros da costa do estado do Rio Grande do Norte, próximo ao poço Pitu Oeste.

“A Petrobras pretende contribuir para o desenvolvimento socioeconômico da região, sem esquecer da importância em fazer parte dos esforços para promover a segurança energética nacional. A Margem Equatorial será um ativo importante até para a sustentabilidade global”, disse o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, no comunicado.

Se confirmada a viabilidade econômica da concessão, a estatal ressalta que será necessário conceber e desenvolver toda a estrutura operacional para a produção, incluindo um novo processo de licenciamento ambiental específico para a etapa de produção.

No Plano Estratégico de 2024 a 2028, está previsto o investimento de US$ 3,1 bilhões para pesquisa de óleo e gás na Margem Equatorial, onde a companhia planeja perfurar 16 poços nesse período.

Em novembro, executivos da Petrobras disseram que estão “animados” com os trabalhos na Margem Equatorial. Também acrescentaram que têm “perspectivas boas” para obtenção da licença na Foz do Amazonas, e que a empresa buscará atender “qualquer exigência técnica que seja viável”.

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