Petrobras: lucro sobe 48,6% no trimestre e conselho aprova US$ 2,1 bi em dividendos

O diretor financeiro da companhia, Fernando Melgarejo, disse que a empresa está se concentrando em campos de petróleo em águas profundas, incluindo Búzios e Atapu

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Por Mariana Durão
13 de Maio, 2025 | 07:44 AM

Bloomberg — A Petrobras (PETR4) reportou um lucro líquido de R$ 35,2 bilhões no primeiro trimestre, avanço de 48,6% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo balanço divulgado na noite desta segunda-feira (12).

O desempenho, segundo a estatal, ocorreu graças à maior produção de petróleo e a uma taxa de câmbio mais favorável.

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O lucro ajustado para o período foi de R$ 61,1 bilhões, ligeiramente abaixo da estimativa de consenso da Bloomberg de R$ 62,2 bilhões de reais.

A companhia também informou que o conselho de administração aprovou dividendos de R$ 11,72 bilhões (US$ 2,1 bilhões). As expectativas eram de um pagamento de US$ 2,2 bilhões, de acordo com uma média de previsões de analistas analisadas pela Bloomberg.

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A gigante petrolífera brasileira vem aprovando dividendos robustos, embora essa política tenha sido alvo de ataques e contribuído para a queda do CEO anterior da empresa no ano passado.

Os investidores têm se preocupado com o fato de que o aumento das despesas de capital, que ultrapassou o guidance em 2024, poderia continuar e limitar os pagamentos futuros.

A Petrobras está mantendo seus planos de expandir a produção de petróleo, juntamente com outras grandes petrolíferas internacionais, como a Exxon Mobil, a Chevron e a Shell, apesar da queda nos preços do petróleo bruto em abril e da decisão da OPEP+ de aumentar a produção em junho.

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Ao contrário das operadoras de xisto dos EUA, que precisam de mais de US$ 60 por barril para cobrir os custos, o preço de equilíbrio da Petrobras é de US$ 28 por barril.

Investimentos

Os US$ 4,1 bilhões em investimentos ficaram 29% abaixo do trimestre anterior, quando houve gastos “atípicos” relacionados ao campo gigante offshore de Búzios, e a queda pode trazer alívio para o mercado.

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Ainda assim, a empresa manteve seu plano de gastos e está adotando uma estratégia semelhante à de outras grandes petrolíferas, incluindo a Exxon Mobil e a Chevron, que estão mantendo seus planos de investimento apesar dos preços mais baixos do petróleo.

“Continuamos comprometidos com a execução de nosso plano de negócios”, disse o diretor financeiro Fernando Melgarejo na divulgação de resultados, e acrescentou que a empresa está se concentrando em campos de petróleo em águas profundas, incluindo Búzios e Atapu.

“Esses são projetos que geram valor para nossos acionistas.”

Recentemente, o petróleo caiu abaixo de US$ 60 por barril, devido a temores de que a guerra comercial possa pesar sobre a demanda de energia, e depois que os membros da OPEP+ decidiram aumentar a produção em um mercado que parece estar com excesso de oferta.

Um certo otimismo nas negociações comerciais entre os EUA e a China ajudou os preços a se recuperarem um pouco.

Os analistas se mostraram otimistas quanto à aceleração da produção da Petrobras, à medida que ela atinge a capacidade das embarcações de produção offshore recentemente instaladas e acrescenta outras. Espera-se que duas unidades atinjam a capacidade no segundo trimestre e que uma terceira comece a operar.

A Petrobras está buscando repor as reservas de petróleo e gás para evitar um declínio de produção que deve começar por volta de 2030.

A empresa disse na semana passada que descobriu petróleo de “excelente qualidade” no bloco de Aram, na Bacia de Santos, em águas profundas.

A empresa também retomou a exploração em terra no estado da Bahia, no Brasil, após uma interrupção de seis anos, com planos de perfurar 100 poços nos próximos cinco anos.

A produtora estatal de petróleo espera obter em breve uma licença para iniciar a perfuração em um bloco em águas profundas na costa da floresta amazônica e pôr fim a uma disputa de anos com as autoridades ambientais.

A diretora executiva Magda Chambriard usou o slogan do presidente Donald Trump “drill baby drill” para defender a exploração durante uma conferência em Houston na semana passada.

A Petrobras solicitou à autoridade ambiental do Brasil que respondesse a um pedido de transferência de uma plataforma de perfuração offshore para a área ambientalmente sensível até 15 de maio.

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