Para Gerdau, plano de usina no México dependerá de acordo comercial do país com EUA

CEO da empresa, Gustavo Werneck, diz no congresso do Instituto Aço Brasil que o projeto da unidade está pronto e que a decisão para iniciá-lo dependerá do resultado das negociações do Acordo EUA-México-Canadá (USMCA)

Gerdau
Por Mariana Durão
28 de Agosto, 2025 | 02:49 PM

Bloomberg — A Gerdau não descarta retomar os planos de construir uma unidade de aço especial de US$ 600 milhões no México, dependendo da evolução das negociações comerciais com os Estados Unidos.

“O projeto está pronto. Pode ser decidido instalar a qualquer momento,” disse o presidente da empresa, Gustavo Werneck, em entrevista na quarta-feira, no congresso do Instituto Aço Brasil, em São Paulo.

PUBLICIDADE

A decisão final sobre o investimento depende do resultado de uma revisão conjunta do Acordo EUA-México-Canadá (USMCA), prevista para o próximo ano, afirmou ele.

Leia também: Siderurgia brasileira está chegando ao ‘limite’, alerta chairman da Gerdau

A Gerdau (GGBR4) acredita que o México começaria a produzir suas próprias autopeças, criando demanda interna por aço, disse Werneck.

PUBLICIDADE

Mas a empresa anunciou em abril ter abandonado o projeto no país devido ao potencial da guerra comercial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de remodelar as cadeias de suprimentos automotivas.

A produtora brasileira de aço tem operações nos Estados Unidos, México e Canadá, entre outras regiões.

A maior parte do resultado da Gerdau no último trimestre veio dos Estados Unidos, onde vem modernizando suas fábricas para atender à crescente demanda.

PUBLICIDADE

“A gente está vendendo muito aço para novas plantas industriais que estão sendo colocadas nos Estados Unidos, incluindo semicondutores e chips.”

Werneck está otimista de que o México, o Canadá e os EUA possam chegar a um acordo comercial dentro do USMCA.

No caso do México, um ponto-chave do debate será como impedir que outros países usem a nação latino-americana para enviar produtos para o território dos Estados Unidos, disse ele.

PUBLICIDADE

No Brasil, o “atrito político” impediu negociações estruturadas sobre tarifas para o setor siderúrgico, disse Werneck.

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

Associação de aço dos EUA pede ação da Casa Branca contra negócio de níquel no Brasil

Siderúrgicas chinesas mostram sinais de recuperação com matéria-prima mais barata

Irmãos Batista avançam no setor de aço com compra de participação na Usiminas