Bloomberg — A Novo Nordisk precisa estar pronta para assumir riscos calculados em acordos para vencer, disse o CEO Mike Doustdar, em um esboço da estratégia da fabricante do Ozempic, que busca recuperar o terreno perdido no mercado cada vez mais competitivo da obesidade.
Doustdar, ex-chefe de operações internacionais que assumiu o cargo de CEO em agosto, anunciou na quinta-feira (9)o maior acordo da história da Novo para impulsionar sua linha de medicamentos experimentais.
A Novo concordou em comprar a Akero Therapeutics por até US$ 5,2 bilhões para expandir seu portfólio de esteatohepatite associada à disfunção metabólica, ou MASH, uma doença hepática ligada à obesidade.
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O acordo com a MASH ocorre em um momento em que a Novo se esforça para alcançar a Eli Lilly na corrida pelo domínio do mercado da obesidade.
A doença, que resulta do excesso de gordura no fígado, tem sido um ímã para negociações neste ano, à medida que as empresas procuram capitalizar sobre uma sobreposição entre MASH, obesidade e diabetes tipo 2.
“Não deveríamos ter a síndrome do ‘não inventado aqui’ e sermos bastante abertos à ciência de outras pessoas”, disse Doustdar em uma entrevista à Bloomberg News. “É preciso ficar de olho em quem mais está por aí, que possivelmente inventou algo acima e além do que poderíamos fazer.”
Em comparação com concorrentes de porte semelhante, a empresa historicamente evitou fazer negócios transformadores, disse Doustdar. Em vez disso, disse ele, a empresa tem se saído bem ao seguir de perto sua própria estratégia - com medicamentos desenvolvidos internamente impulsionando o crescimento - e ao adquirir apenas ativos ou empresas que se encaixem em sua estratégia.
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Contudo, quando a Novo encontra inovadores que desenvolveram algo melhor do que seus próprios ativos internos, a empresa não pode “se furtar a assumir alguns riscos adicionais”, disse ele.
No caso da Akero, a Novo interrompeu no início deste ano o desenvolvimento de seu próprio medicamento interno que funcionava de forma semelhante ao composto da biotecnologia.
“Se sempre encontrarmos um fio de cabelo na sopa, nunca vamos comer sopa alguma”, disse Doustdar.
A Novo já havia analisado a Akero, mas achou que não era o momento certo para um acordo, disse Doustdar.
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Quando assumiu o cargo de CEO, Doustdar disse que sua equipe analisou vários ativos diferentes e determinou que a biotecnologia era “uma das que estão muito, muito bem no momento”.
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