Novo CEO da H&M quer acelerar o fast fashion com coleções nas lojas em menos tempo

Daniel Erver, 42 anos, que assumiu neste ano, disse que produzir gamas de roupas mais relevantes e colocá-las nas lojas rapidamente impactará positivamente o resultado da rede sueca

H&M
Por Jonas Ekblom
30 de Março, 2024 | 08:55 AM

Bloomberg — O novo CEO da H&M disse que a rede de fast fashion está focada em impulsionar o lucro e as vendas, levando as últimas tendências para as lojas o mais rapidamente possível.

Seguindo o exemplo de seu maior rival, a espanhola Zara, que pertence à Inditex, a varejista sueca busca transferir mais de sua produção para lugares como Turquia e México para aproximá-la dos principais mercados na Europa e nos Estados Unidos, disse o CEO Daniel Erver depois que a H&M (Hennes & Mauritz) apresentou um lucro melhor do que o esperado no seu primeiro trimestre fiscal.

Em sua primeira aparição para apresentar resultados como CEO, Erver, 42 anos, disse que produzir gamas de roupas mais relevantes e colocá-las nas lojas rapidamente impactará positivamente o resultado final da H&M, devido a menos baixas contábeis relacionadas a produtos não vendidos. Esse foi um problema que assombrou a H&M por muito tempo.

Leia mais: H&M terá lojas físicas e online em chegada ao Brasil e modelo com parceria

PUBLICIDADE

A varejista sueca também continua a cortar custos indiretos e tem como meta uma margem de lucro operacional de 10% neste ano fiscal, em comparação com 6,2% no ano passado.

“Acredito que estamos nos saindo bem em termos de margem bruta, e o controle de custos é bom, mas ainda precisamos ver uma melhora nas vendas se quisermos alcançar nossa meta de margem”, disse Erver em uma teleconferência.

Ainda assim, as margens do primeiro trimestre atingiram 3,9%, mais do que o dobro em relação ao ano anterior, com um lucro operacional de 2,08 bilhões de coroas suecas (US$ 196 milhões). Isso superou as expectativas do consenso e fez as ações dispararem até 14%, quase apagando todas a queda deste ano.

PUBLICIDADE

A receita trimestral totalizou 53,67 bilhões de coroas suecas (cerca de US$ 5 bilhões), também ligeiramente acima do consenso dos analistas. Erver atribuiu o ligeiro aumento nas vendas a uma coleção de primavera bem-sucedida. Os estoques caíram 7% no período.

A evolução do trabalho da H&M na gestão de sua cadeia de suprimentos e custos e a atual negociação do segundo trimestre são “encorajadores”, embora o crescimento da receita permaneça um tanto fraco, disse o analista do Barclays Nicolas Champ.

Leia mais: Na C&A, uma varejista que se descolou da crise do setor. E sem ajuda do ‘macro’

O crescimento é um desafio-chave para Erver, que assumiu o cargo após a saída surpresa de Helena Helmersson em janeiro, depois de apenas quatro anos no cargo. A Zara, assim como novos desafiantes digitais, como a Shein da China, superam a rede de fast fashion em vários mercados.

A H&M também continua a enfrentar críticas ao modelo de negócios de fast fashion do grupo e seu impacto ambiental.

Alguns investidores inicialmente expressaram ceticismo sobre a nomeação de Erver: alguns analistas questionaram se o jovem que começou na H&M em um estágio de verão em 2005 poderia reunir o poder necessário para promover mudanças na empresa.

Veja mais em Bloomberg.com

PUBLICIDADE

Leia também

Zara no mercado de luxo? Peças chegam a US$ 700, mas foco não deveria mudar

Veste, dona de Le Lis e Bo.Bô, já colhe resultados de reformas em lojas, diz CEO