Bloomberg — Masayoshi Son reconheceu os esboços de um plano de sucessão no grupo SoftBank e abordou o que pode ser a maior preocupação dos investidores com relação ao futuro de longo prazo da empresa japonesa.
Son disse que planeja manter as rédeas da SoftBank por mais dez anos, mas acrescentou que tem em mente vários candidatos potenciais para assumir o comando do grupo de tecnologia.
Os candidatos trabalham ao lado do bilionário todos os dias, embora ele não tenha revelado a ninguém quem eles são, disse empresário de 67 anos durante uma reunião geral de acionistas em Tóquio na sexta-feira (27).
Son respondeu a várias perguntas de acionistas preocupados com um SoftBank sem seu líder carismático ou um plano de sucessão.
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O CEO respondeu que está saudável e pretende continuar a liderar e a almejar uma era em que a inteligência artificial esteja presente em toda a sociedade.
“Estou ansioso para ver um sucessor crescer o mais rápido possível para que eu possa nomeá-lo, mas ainda tenho um pouco de paixão e quero continuar assim”, disse ele.
Son acrescentou, no entanto, que está mentalmente preparado para entregar as rédeas a qualquer momento, caso ele atrapalhe o crescimento do SoftBank.
Ele mencionou o chefe da unidade de telecomunicações, Junichi Miyakawa, que está encarregado de implantar a infraestrutura de IA no Japão e é amplamente visto como um exemplo de como outras pessoas na empresa podem liderar quando Son muda seu foco para outro lugar.
Miyakawa tem feito “um trabalho extremamente sólido”, disse Son. “Estou muito satisfeito, encorajado e tranquilo com seus esforços. Como resultado, quase nunca senti a necessidade de interferir no que ele faz. Eu confio nele.”
As ações da SoftBank subiram para fechar em alta de 2,5% na sexta-feira, impulsionadas por uma recuperação mais ampla que impulsionou o índice Nikkei Stock Average.
Entre os candidatos anteriores que estiveram oficial ou extraoficialmente na corrida para ser o sucessor de Son estão Nikesh Arora, Marcelo Claure e Katsunori Sago. Todos deixaram o SoftBank.
Um acionista chegou a perguntar se a IA prolongaria a vida de Son ou possibilitaria que ele, de alguma forma, controlasse remotamente a empresa do além-túmulo. Son respondeu dizendo que, embora pretenda usar a IA “mais do que qualquer outra pessoa”, ele não vê a IA substituindo-o.
Há muito tempo, a reunião anual de acionistas tem sido uma plataforma para Son compartilhar sua visão de um futuro de progresso impulsionado pela tecnologia.
Muitos investidores se apegaram às suas palavras e às suas ações desde antes do crescimento e da bolha das empresas pontocom.
Os acionistas perguntaram sobre a capacidade do SoftBank de financiar grandes apostas, como os projetos de data center Stargate, e a capacidade de Son de cumprir suas metas de liderança na era da IA.
Um desses projetos é uma parceria com a Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC) para construir um grande centro de fabricação de IA no Arizona, como informou a Bloomberg News anteriormente.
Son disse que já dominou a arquitetura dos principais chips de inteligência artificial e busca se tornar a principal plataforma do mundo quando a IA ultrapassar as habilidades humanas - ou o que ele e outros defensores da IA chamam de superinteligência artificial (ASI, na sigla em inglês).
“Queremos nos tornar a melhor plataforma do mundo para a ASI”, disse ele, acrescentando que será uma arena onde o vencedor leva tudo.
O SoftBank controla a projetista de chips Arm Holdings e planeja investir até US$ 30 bilhões na OpenAI, fabricante do ChatGPT.
“Isso é indispensável para a ASI”, disse ele, ressaltando também que o SoftBank adquiriu a Graphcore e tem planos de comprar a Ampere Computing. “Estou totalmente envolvido.”
-- Com a colaboração de Mark Anderson e Peter Elstrom.
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