MRV quer retomar o pagamento de dividendos no início de 2027, diz CFO

Em entrevista à Bloomberg News, Ricardo Paixão afirma que, até o final deste ano, os investidores ‘verão um cenário melhor em comparação com o passado’

Empreiteiros trabalham em prédio em São Paulo
14 de Maio, 2025 | 05:05 PM

Bloomberg — A MRV, maior construtora do Brasil, planeja retomar o pagamento de dividendos em março de 2027, baseado em seus resultados deste ano, disse o diretor financeiro da empresa, Ricardo Paixão, em entrevista à Bloomberg News.

A companhia pagou dividendos pela última vez em 2022. Por enquanto, o foco continua sendo a redução da alavancagem, principalmente originada por sua unidade nos EUA, a Resia.

PUBLICIDADE

A MRV (MRVE3) espera levantar cerca de US$ 400 milhões por meio da venda de ativos nos Estados Unidos ainda este ano, incluindo nove terrenos que estão em estágio avançado de negociação, disse Paixão.

Até o final deste ano, os investidores “verão um cenário melhor em comparação com o passado”, afirmou o CFO, em entrevista na sede da Bloomberg em Nova York.

A MRV espera gerar US$ 270 milhões em caixa este ano e US$ 480 milhões no acumulado de dois anos.

PUBLICIDADE

Leia também: Cury quer destravar potencial ‘adormecido’ da classe média com faixa 4 do MCMV

As ações da MRV caíram na semana passada após a divulgação do balanço da companhia , que gerou preocupações sobre seus níveis de endividamento, em um momento em que os juros estão próximos das máximas em duas décadas.

A razão entre dívida líquida e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) está em cerca de 1,7 vez, segundo Paixão.

PUBLICIDADE

“Nossa expectativa é trazer a alavancagem próxima de zero nos próximos dois ou três anos”, afirmou.

A MRV planeja reduzir sua dívida em mais de R$ 2 bilhões em um ano, disse o executivo, enquanto a empresa busca simplificar seu portfólio focando nas principais cidades brasileiras. Atualmente, a construtora está presente em 160 municípios.

A MRV, que atua principalmente dentro do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, não prevê interrupções na iniciativa por conta das eleições presidenciais de 2026. “Não vemos risco de um novo presidente acabar com o programa”, disse Paixão.

PUBLICIDADE

Paixão está em Nova York esta semana para se reunir com investidores. “O gringo está mais animado com o Brasil do que os brasileiros”, afirmou.

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

Torre com 500 m de altura quer testar nova vocação do turismo na ‘Dubai brasileira’

Vila 11 projeta novo patamar com multifamily e vê ‘apelo’ com juro alto, diz CEO