Bloomberg — A competição no mercado digital da América Latina entrou em uma nova fase com a parceria entre o Mercado Livre e o Grupo Casas Bahia para fortalecer o comércio eletrônico no Brasil.
As empresas firmaram um acordo de longo prazo que colocará o portfólio principal da Casas Bahia — incluindo eletrodomésticos, eletrônicos e móveis — à venda na plataforma do Mercado Livre (MELI), segundo comunicado enviado à CVM.
As ações da Casas Bahia (BHIA3) chegaram a subir até 17% na B3 após o anúncio, registrando o maior ganho intradiário em mais de um mês.
A iniciativa ocorre pouco depois de a Amazon (AMZN) intensificar sua ofensiva no comércio eletrônico brasileiro ao eliminar todas as taxas de logística do programa Fulfillment by Amazon (FBA) para vendedores, ampliando a concorrência no setor.
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O analista do Citigroup, João Pedro Soares, classificou o acordo entre Mercado Livre e Casas Bahia como inesperado, mas positivo, observando que ele ajuda a resolver um desafio antigo da plataforma argentina em encontrar parceiros de grande porte para a venda de eletrônicos volumosos.
Mercado Livre e Casas Bahia terão acesso mútuo às suas redes logísticas. “Para produtos grandes, nossa logística é mais eficiente, enquanto para itens menores o Mercado Livre tem mais expertise”, afirmou o CEO da Casas Bahia, Renato Franklin, em entrevista à Bloomberg News.
“Temos orgulho em receber a Casas Bahia em nossa plataforma”, disse Fernando Yunes, vice-presidente sênior e chefe do Mercado Livre no Brasil, em comunicado. “A chegada de uma marca histórica, com forte conexão com o consumidor, reforça nosso compromisso de continuar desenvolvendo e fortalecendo o e-commerce no país.”
Os termos financeiros do acordo não foram divulgados.
A parceria começará em novembro, antes da Black Friday.
“Casas Bahia é uma marca reconhecida e um dos maiores players do setor, mas vinha enfrentando dificuldades financeiras. Esperamos que ela contribua com um portfólio amplo de produtos”, afirmou Soares, do Citi.
-- Com a colaboração de Leda Alvim.
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