Bloomberg — A Marfrig deve realizar uma oferta pelas ações restantes que ainda não possui da BRF, maior produtora brasileira de frango, segundo pessoas familiarizadas com o assunto que falaram à Bloomberg News.
A transação deve ser anunciada formalmente ainda nesta quinta-feira (15), acrescentaram as pessoas.
O acordo, se concluído, finalmente unirá as duas empresas em uma única operação que rivalizará com alguns dos maiores fornecedores de alimentos do mundo.
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A mudança ocorre quatro anos depois que o magnata brasileiro da carne, Marcos Molina, iniciou uma investida para assumir o controle da BRF, que incluiu compras agressivas de ações a preços baixos.
A aposta valeu a pena, já que a unidade se beneficiou de uma bonança no mercado de frango, que impulsionou seus lucros e aumentou a perspectiva de pagamentos de dividendos expressivos.
A BRF (BRFS3) irá pagar R$ 3,5 bilhões em dividendos e a Marfrig (MRFG3) fará a distribuição de R$ 2,5 bilhões, disse uma das pessoas.
O acesso mais fácil à robusta geração de caixa da BRF provavelmente ajudaria a Marfrig a superar a grave escassez de gado que tem aniquilado os lucros de sua operação de carne bovina nos EUA.
A Marfrig foi avaliada em 8,3 vezes seu valor empresarial em relação aos lucros projetados antes de itens como juros e impostos, o que é quase o dobro da avaliação das ações da BRF, o que dá à empresa de Marcos Molina uma vantagem.
A Marfrig tem atualmente 50,49% das ações da BRF, segundo dados no site da companhia com atuação destacada em frango - cujo valor de mercado após o fechamento desta quinta foi de R$ 34,69 bilhões.
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