Luz, do grupo Delta, quer transformar a conta de luz em experiência em tempo real

Plataforma digital do grupo de infraestrutura vê potencial para atender até 7 milhões de clientes com abertura do mercado de energia em 2026 e 2027, com aposta na transparência no cálculo, conta o CEO Rafael Szarf à Bloomberg Línea

LUZ
16 de Dezembro, 2025 | 07:26 AM

Bloomberg Línea — Depois de ajudar a impulsionar o crescimento de startups como Zé Delivery e Tembici, o engenheiro Rafael Szarf aceitou neste ano uma proposta para comandar a Luz, plataforma digital de energia do grupo Delta.

“Eu gosto de entrar em negócios que buscam antecipar as grandes ondas do mercado”, disse o executivo em entrevista à Bloomberg Línea.

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Com o objetivo de ampliar o acesso de consumidores à energia limpa com custo previsível, a Luz iniciou suas operações com atendimento a clientes ligados a redes de baixa tensão, por meio da chamada geração distribuída (GD).

Atualmente, a empresa diz que está preparada para atender à demanda dos consumidores – incluindo residências e pequenas empresas – no momento em que ocorrer a abertura total do mercado de energia no Brasil.

A reforma do setor elétrico prevê a abertura do mercado de energia para o comércio e a indústria de baixa tensão em agosto de 2026. E para todos os consumidores, inclusive residenciais, no final de 2027.

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Isso significa que em breve todos os consumidores poderão escolher de qual empresa comprar energia elétrica. Hoje, principalmente os residenciais só têm a opção do serviço prestado pela concessionária local.

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As novas regras visam reduzir tarifas e ampliar a inovação e a competição no setor.

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Fundada oficialmente em outubro de 2022, a Luz teve a sua concepção iniciada em meados de 2018 pela Delta.

Segundo Szarf, a digitalização é o principal diferencial da empresa. “O consumidor pode comprar energia com três cliques”, disse.

Com canais 100% digitais, a Luz hoje conta com uma carteira com aproximadamente 10.000 clientes que se concentra em pessoas jurídicas como restaurantes e academias, por exemplo.

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Rafael Szarf CEO Luz

Com o uso de um aplicativo que foi desenvolvido internamente, o cliente tem condições de acompanhar o consumo em tempo real. Hoje, a Luz atua em cerca de 1.109 cidades, com 35 fazendas solares em sete estados.

A promessa de economia real para o consumidor é a de aproximadamente 20% de redução média nas faturas, com projeção online do valor da conta antes mesmo do fechamento.

O monitoramento do consumo é feito via aplicativo com uso de inteligência artificial e não há fidelidade na contratação do serviço.

A Luz também atua no mercado livre de energia (ambiente em que as negociações são feitas diretamente com as geradoras ou as comercializadoras), com atendimento a médias e grandes empresas.

LUZ

Energia como serviço de qualidade

Szarf afirmou que o grupo Delta hoje responde pelo fornecimento de cerca de 6% a 8% da energia do país.

“A Luz traz o peso do grupo Delta. Mantendo esse mesmo padrão de volume, temos potencial para atender sete milhões de clientes com a abertura total do mercado de energia.”

A holding atua em diferentes áreas, como comercialização de energia elétrica, biocombustíveis, geração (gás natural e solar) e tecnologia e fundos de investimento em energia.

Segundo Szarf, a visão é que a energia elétrica se transformará de uma “commodity” (no sentido de ter a mesma especificação para o público) para um serviço com qualidade, em que o principal pilar será a transparência.

“O consumidor terá a liberdade para escolher o plano que quiser. Nosso desafio é estruturar o atendimento para alavancar o número de clientes e, em paralelo, trabalhar em uma agenda de educação sobre o setor.”

Ele disse que a empresa quer se tornar uma referência. “Queremos nos posicionar com pioneirismo. É uma grande relevância ser o pioneiro no segmento”, disse.

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