Bloomberg — A KKR surgiu como a principal licitante para comprar a sede global da Nissan, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto que falaram à Bloomberg News.
A KJR Management, uma unidade imobiliária japonesa da KKR, ofereceu cerca de ¥ 90 bilhões (US$ 610 milhões) pelo prédio de escritórios de 22 andares, a maior oferta entre várias apresentadas por empresas de investimento, disseram as pessoas, que pediram para não serem citadas porque a informação é privada.
A KKR e a KJRM considera formas de levantar dinheiro para financiar a possível transação, e o acordo inclui o arrendamento do escritório de volta para a Nissan por 10 anos, disseram as pessoas.
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As discussões estão em andamento e as partes envolvidas podem decidir não prosseguir com o negócio, acrescentaram.
As ações da Nissan subiram 1,5% no pregão de Tóquio na quinta-feira, depois de terem saltado até 3,7% com a notícia da venda de seu escritório. Os representantes da Nissan e da KKR não quiseram comentar.
A KKR, com sede em Nova York, tem expandido seus negócios no Japão, especialmente em negócios de private equity e imobiliários.
O copresidente executivo Joseph Bae disse no ano passado que o Japão era o mercado mais ativo da empresa para investimentos fora dos EUA.
No início deste ano, a KKR fechou um acordo de US$ 4,4 bilhões para tornar privada a empresa japonesa de tecnologia Fuji Soft.
A sede da Nissan fica no distrito comercial central de Yokohama, uma cidade portuária ao sul de Tóquio que compõe a grande área metropolitana da capital japonesa.
A montadora vem lutando com uma linha de veículos envelhecida em meio à intensificação da concorrência do setor de veículos elétricos em rápida expansão da China.
A Nissan também enfrenta US$ 5,6 bilhões em obrigações de dívida com vencimento no próximo ano.
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A empresa previu ¥ 180 bilhões em perdas operacionais para o período de abril a setembro. A empresa ainda está nos estágios iniciais de um plano de recuperação que a levará a cortar 20.000 empregos e a reduzir as unidades de fabricação de 17 para 10.
A empresa também enfrenta os ventos contrários da guerra comercial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com uma previsão de ¥ 300 bilhões em impostos.
“O desafio da Nissan é restaurar a lucratividade por meio de uma reestruturação ousada e abrangente”, disse o analista automotivo sênior da Bloomberg Intelligence, Tatsuo Yoshida, em uma nota na quinta-feira.
“As prioridades incluem otimizar a capacidade de produção e os níveis da força de trabalho, cortar o excesso de estoque e revitalizar as operações de baixo desempenho na China.”
--Com a ajuda de Nicholas Takahashi.
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