Joint venture da BHP investe US$ 400 mi antes de lançamento de mina de cobre argentina

O orçamento do projeto já coloca a Vicuña, parceria entre a empresa australiana e a a canadense Lundin Mining, como um dos maiores investidores estrangeiros da Argentina neste ano

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bloomberg — Uma joint venture da BHP investiu mais de US$ 400 milhões na Argentina enquanto se prepara para buscar aprovações para um projeto de mineração multibilionário em uma área que espera ser o próximo grande centro de produção de cobre.

A joint venture Vicuña entre a BHP, da Austrália, e a canadense Lundin Mining realiza trabalhos de pré-construção em um depósito chamado Josemaria, localizado em uma parte remota da província de San Juan, disse José Luis Morea, gerente sênior da Vicuña para Argentina e Chile.

A Vicuña deve entregar um relatório sobre o projeto ao conselho de administração até o final de março, incluindo o método de processamento a ser utilizado, disse.

A joint venture também se prepara para apresentar uma solicitação de benefícios fiscais, alfandegários e cambiais oferecidos pelo programa de incentivos ao investimento do país, conhecido pela sigla em espanhol Rigi.

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O orçamento já coloca a Vicuña como um dos maiores investidores estrangeiros da Argentina neste ano, pois continua a calcular o custo total de desenvolvimento do projeto, que também inclui o depósito Filo del Sol.

Antes um pária devido aos controles de capital e à intervenção estatal, a Argentina está recuperando a confiança das empresas estrangeiras, à medida em que o presidente Javier Milei oferece uma maneira de blindar investimentos.

“O Rigi é fundamental”, disse Morea em entrevista. “Ele nivela o campo de atuação e permite que o projeto seja competitivo em termos tributários quando comparado a outras jurisdições na América Latina e no mundo.”

O Rigi, que entrou em vigor em outubro para investimentos de pelo menos US$ 2 bilhões, permanecerá em vigor até julho de 2026, com possível extensão de um ano.

Morea não quis dar estimativas de gastos de capital e produção, e disse apenas que a joint venture estaria entre as 10 maiores minas de cobre, ouro e prata quando estivesse em operação na década de 2030.

“Agora temos um projeto integrado com dois depósitos e uma única unidade de processamento, com sinergias e valor adicional destravados”, disse. “Tudo está sobre a mesa e estamos otimizando todas as opções.”

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As indústrias de recursos naturais da Argentina são centradas na agricultura e no petróleo, e o país obteve sucesso mais recentemente com a mineração de lítio.

Mas projetos de cobre tendem a ser maiores, mais caros e mais difíceis de desenvolver. Agora, a província de San Juan, perto da fronteira com o Chile, possui um conjunto de projetos que podem torná-la um polo de produção de cobre, à medida que a demanda pelo metal condutor cresce.

“O cobre é o próximo capítulo e fortalecerá ainda mais a balança comercial argentina”, disse Morea.

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