Gravadora de Taylor Swift e TikTok não chegam a acordo, e músicas podem deixar o app

Universal Music Group criticou plataforma de vídeos chinesa por supostamente oferecer condições injustas em acordo de licenciamento; dona do TikTok, por sua vez, acusa gravadora de ganância

Taylor Swift é uma das artistas da gravadora Universal Music Group
Por Vlad Savov
31 de Janeiro, 2024 | 01:58 PM

Bloomberg — O TikTok pode se ver sem a música de milhares de artistas da Universal Music Group (UMG), já que as negociações para estender um acordo de licenciamento chegaram a um impasse.

A UMG, uma das principais gravadoras de música do mundo, emitiu uma carta aberta na terça-feira (30) em que critica o TikTok, de propriedade da ByteDance, por supostamente oferecer condições injustas e ameaçar o sustento dos artistas com sua adoção de inteligência artificial.

A plataforma de vídeo respondeu acusando a UMG de priorizar a ganância em detrimento dos interesses de artistas e compositores.

Os termos existentes entre a UMG — que conta com Taylor Swift e Drake entre os artistas em seus selos — e o TikTok expiram nesta quarta-feira (31) e, sem um novo acordo, a UMG pode retirar o conteúdo de seus artistas da plataforma.

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Embora o TikTok represente apenas 1% das vendas da UMG, sua oferta de renovação foi “inferior ao acordo anterior, muito abaixo do valor de mercado justo e não reflete seu crescimento exponencial”, disse a UMG.

“Apesar da narrativa e retórica falsas da Universal, o fato é que eles escolheram se afastar do poderoso apoio de uma plataforma com bem mais de um bilhão de usuários, que serve como um veículo de promoção e descoberta gratuito para seus talentos”, afirmou o TikTok em comunicado.

As ações da UMG caíram 1,4%, para 27,36 euros, depois de cair até 3,4%, a maior queda intradiária desde outubro.

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A adoção de ferramentas de inteligência artificial pelo TikTok para gerar conteúdo, incluindo seu próprio Creative Assistant, é uma grande ameaça aos direitos dos artistas, segundo a UMG.

A plataforma social exige “um direito contratual que permitiria que esse conteúdo diluísse massivamente o pool de royalties para artistas humanos, em uma ação que não passa de patrocinar a substituição de artistas por IA”, disse a UMG em sua carta.

“É difícil estimar se as negociações podem ser salvas”, escreveram analistas do Citi em uma nota após a troca pública entre as empresas. “Estrategicamente, pensamos que esta é a postura correta para a UMG adotar: na melhor das hipóteses, ela garante melhores termos; na pior, é um sinal poderoso de que está protegendo os interesses dos artistas.”

A UMG disse que o TikTok retirou a música de alguns artistas menos conhecidos que ela representa da plataforma — mantendo estrelas de alto perfil a bordo — como uma jogada de intimidação durante as negociações.

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