Exxon avalia a venda de operações de xisto na Argentina de US$ 1 bilhão, dizem fontes

Segundo pessoas ouvidas pela Bloomberg News, a gigante americana busca se desfazer dos seus investimentos em petróleo e gás no país

Operação de xisto na Argentina
Por Jonathan Gilbert
23 de Fevereiro, 2024 | 05:35 PM

Bloomberg — A Exxon Mobil considera ofertas por seus ativos de xisto na Argentina, enquanto a gigante de energia dos Estados Unidos busca desfazer sua aposta nas riquezas de petróleo e gás do país sul-americano.

A Exxon recebeu várias ofertas por participações na formação Vaca Muerta, na Patagônia argentina, no início deste mês, segundo pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pela Bloomberg News.

Os ativos, que compreendem participações que possui com a QatarEnergy em sete blocos de petróleo e gás na área de xisto, bem como participações em um gasoduto, foram avaliados em cerca de US$ 1 bilhão, disseram as pessoas, que preferiram não comentar publicamente sobre negociações privadas.

O esforço da Exxon para vender os ativos ocorre mesmo enquanto as empresas de perfuração recebem uma abordagem de menos intervenção direta do novo presidente da Argentina, Javier Milei, em relação à indústria de petróleo e gás do que o governo anterior.

PUBLICIDADE

Um porta-voz da Exxon se recusou a comentar.

A Exxon colocou todos os seus ativos de xisto na Argentina sob revisão no ano passado, em um movimento visto como um golpe para as esperanças do governo argentino de explorar plenamente as riquezas de Vaca Muerta — chamado assim por causa de sua geologia.

A região rivaliza com bacias dos Estados Unidos como o Permiano, mas a perfuração tem sido prejudicada em parte por políticas protecionistas, deixando a maior parte para as empresas energéticas nacionais.

Três dessas empresas — YPF, Pampa Energia e Tecpetrol — são parceiras em parte das áreas que a Exxon está vendendo.

O protecionismo econômico da Argentina está sendo desfeito por Milei, que chegou ao poder em dezembro prometendo uma desregulação abrangente.

As empresas de perfuração já estão se beneficiando da abordagem orientada para o mercado de seu governo, que viu os preços do petróleo e dos combustíveis subirem em direção aos chamados níveis de paridade de exportação.

Para atrair realmente investidores globais para Vaca Muerta, Milei ainda precisa desfazer os controles de capital para permitir que as empresas enviem lucros para o exterior livremente.

PUBLICIDADE

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

O enigma de estatais latinas: endividadas e com desafios, mas atraem investidores

Indústria do etanol ganha apoio de um antigo inimigo nos EUA: o setor de petróleo