Depois da Arco, esta fintech não descarta fechar o capital, segundo co-fundador

Sergio Fogel diz à Bloomberg Línea que não comenta rumores de mercado que levaram as ações da dLocal na Nasdaq a disparar mais de 60% em 3 pregões

Executivos da fintech uruguaia dLocal (Sergio Fogel ao centro, de blazer azul) em evento para investidores na Nasdaq
17 de Agosto, 2023 | 05:05 AM

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Bloomberg Línea — A General Atlantic ganhou os holofotes do mercado na última semana com a notícia da deslistagem da Arco Educação (ARCE) na Nasdaq, em processo que liderou como acionista junto com a Dragoneer.

A gigante global de private e growth equity tem participação relevante em outros unicórnios da América Latina, caso da fintech uruguaia dLocal (DLO), igualmente listada na Nasdaq. A GA, como é conhecida, é o fundo com maior participação das ações em circulação (39,9%).

Questionado nesta terça-feira (15) em entrevista à Bloomberg Línea sobre se a dLocal pode ter um desfecho semelhante ao da Arco, o co-fundador e presidente da empresa, Sergio Fogel, não descartou essa alternativa: “se surgirem opções desse tipo, vamos avaliar”.

O empreendedor, que é também o CSO (Chief Strategy Officer) da fintech que atua como provedora de serviços de pagamentos para empresas, disse que não poderia comentar mais do que isso.

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Fogel disse que também não comentaria rumores sobre uma suposta venda da dLocal diante de ofertas recebidas, conforme reportado pela Bloomberg News no início da semana.

Uma pessoa familiarizada com o assunto disse à Bloomberg Línea que não houve proposta de fechar o capital da dLocal e que tampouco haveria essa intenção pelos acionistas. Uma eventual venda seria apenas “rumores de mercado” e algo difícil de acontecer dado o tamanho da empresa, que encerrou avaliada em US$ 6 bilhões nesta quarta-feira (16) na Nasdaq.

As ações da dLocal dispararam 31,94% nesta quarta em meio aos rumores de interessados e à nomeação do executivo Pedro Arnt como co-CEO - ele havia sido CFO do Mercado Livre (MELI) por 12 anos. Em 2023, acumulam agora uma valorização de ordem semelhante, de 33%.

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Nos últimos três dias, as ações da dLocal tiveram ganhos acima de 60%, mas, ainda assim, estavam cerca de 10% abaixo do seu preço de novembro de 2022, quando o fundo americano Muddy Waters revelou ao mercado que estava com uma posição vendida na empresa, questionando a veracidade de seus indicadores financeiros - a fintech rebateu prontamente as acusações na ocasião.

Essa não foi a única controvérsia que a empresa, fundada em 2016 por Sergio Fogel e Andrés Bzurovski, teve que enfrentar nos últimos meses. Em maio, autoridades fiscais argentinas divulgaram que estariam investigando a dLocal por supostas manobras para a evasão de divisas do país.

Fogel, que rejeitou categoricamente desde o início tanto as supostas inconsistências contábeis apontadas pelo fundo Muddy Waters quanto as acusações do governo argentino, anunciou que assumiria um papel gerencial mais amplo na empresa a partir de junho. Em suas palavras, trazer de volta sua “experiência à gestão” serviria como uma “garantia para clientes e investidores”.

Procurada pela Bloomberg Línea, a General Atlantic disse que não comentará o assunto.

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Francisco Aldaya

Jornalista argentino com 10 anos de experiência. Francisco cobriu o setor financeiro da América Latina na S&P Global Market Intelligence e também trabalhou nas seções de economia e política do Buenos Aires Herald. Ele também contribuiu para o Buenos Aires Times.

Isabela  Fleischmann

Jornalista brasileira especializada na cobertura de tecnologia, inovação e startups