Bloomberg Línea — O consumidor brasileiro pode não reconhecer de imediato o alcance e o gigantismo da nova empresa MBRF Global Foods, que unirá os negócios da Marfrig com a BRF. Mas certamente conhece algumas das principais marcas do grupo que será liderado pelo empresário Marcos Molina.
São marcas que tornam a MBRF uma das maiores empresas de alimentos processados do mundo, com cerca de R$ 153 bilhões em receitas ao ano e presença em mais de 120 mercados, a começar pelo brasileiro.
A própria BRF (BRFS3) é um exemplo. Nascida em 2011 da fusão entre duas das mais tradicionais empresas de carnes e alimentos do país, a Perdigão e a Sadia, a BRF carrega as duas marcas como seus principais ativos até hoje.
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São marcas com mais de 80 anos cada uma, sinônimos para muitos consumidores de produtos como embutidos - presunto, salame, mortadela etc. - e congelados, como lasanha e empanados.
Outras marcas de manteiga e margarina também fazem parte da BRF e, por tabela, da futura MBRF, como Claybom - esta desde 1950 -, Qualy e Deline.
Com atuação global, a BRF tem também marcas reconhecidas em outros países, caso da Banvit, que existe desde 1968 na Turquia e é referência em aves.
Outras marcas conhecidas do público brasileiro são da Marfrig: a Bassi é reconhecida há décadas pela qualidade da carne bovina, em particular nos mercados do Sudeste.
Tem origem no açougueiro e empresário de ascendência italiana Marcos Bassi, que ganhou fama na cidade de São Paulo com a qualidade dos cortes. A Casa de Carnes Bassi, depois Templo da Carne Marcos Bassi, se tornou referência como um dos melhores restaurantes de carnes da capital paulista.
Em 2005, a Marfrig (MRFG3) assumiu a distribuição nacional das carnes do frigorífico e incorporou a marca ao seu portfólio.
Outra marca da Marfrig com amplo reconhecimento é a Montana, fundada no começo dos anos 2000 originalmente pelos cantores de música sertaneja Chitãozinho e Xororó. Foi adquirida pelo grupo em 2006 e, anos depois, ganhou força ao ser levada como marca de carnes tanto do dia a dia como de churrasco.
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Outras marcas da Marfrig são a Pampeano, de alimentos enlatados, e a GJ, presente em mais de cem países, além de algumas voltadas para o consumo de alimentos com produção sustentável: são os casos da Viva, com apelo de carbono neutro, e da PlantPlus, de alimentos à base de plantas, em uma parceria com a ADM.
Esse império poderia ser ainda maior, mas a Marfrig em sua trajetória se desfez de algumas empresas e marcas por questões estratégicas. Foi o caso da Seara, vendida em 2013 para a rival JBS (JBSS3) por R$ 5,85 bilhões em negócio que foi importante à época para reduzir a dívida e a alavancagem do grupo.
Então uma empresa com receitas anualizadas na casa de R$ 8 bilhões, a Seara foi transformada em uma “máquina” de produtos e categorias nos últimos anos, a ponto que se aproxima do patamar de R$ 50 bilhões em receitas.
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