Bloomberg Línea — A Petrobras espera que as obras de expansão de capacidade da refinaria Abreu e Lima (RNEST) estejam integralmente concluídas em 2029. Ao final do projeto, a companhia deve processar cerca de 260 mil barris por dia (bpd).
Com o êxito esperado das obras, a RNEST responderá por 70% da capacidade de produção do diesel S10 (de alta performance) da Petrobras e deverá atender ao equivalente a 17% da demanda nacional do insumo.
“Essa refinaria é extremamente moderna, a mais moderna que nós temos, e não vai produzir apenas diesel”, disse a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, em conversa com jornalistas nesta segunda-feira (1).
O lançamento oficial da nova fase do projeto será nesta terça-feira (02), com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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As obras do segundo trem (sistema de equipamentos) de refino da RNEST são uma promessa da companhia há duas décadas.
Inicialmente, foram orçadas em cerca de US$ 2 bilhões, mas o custo saltou para quase US$ 20 bilhões em meados de 2014.
O projeto foi marcado por atrasos e revisões e esteve no centro de investigações da Operação Lava-Jato, após denúncias de contratos superfaturados.
Chambriard lembrou que o atual projeto de expansão do Trem 2 consta no planejamento estratégico de 2026 a 2030, anunciado na semana passada pela estatal (PETR3, PETR4).
Segundo a executiva, os outros 30% de capacidade da RNEST serão destinados à produção de gasolina, GLP (conhecido popularmente como “gás de cozinha”) e nafta, utilizado na cadeia petroquímica.
No ano passado, a refinaria conseguia processar 88.000 barris de petróleo por dia. Com obras de manutenção e expansão conduzidas desde dezembro de 2024, o Trem 1 da RNEST atingiu 130 mil bpd de capacidade de processamento.
O projeto de expansão do Trem 2 da refinaria de Pernambuco tem sete contratos principais, que somam aproximadamente R$ 8 bilhões em investimentos.
Segundo o gerente executivo de sistemas de superfície, refino, gás e energia da Petrobras, Flavio Fernando Casa Nova, as obras serão entregues de forma escalonada.
A primeira unidade a ser entregue, de destilação atmosférica (a segunda do complexo), está prevista para o final de 2026, com início de operação no começo de 2027.
“Só essa unidade acrescentará mais 50.000 barris por dia [de processamento]”, disse Casa Nova.
Ele afirmou que as empresas que executam as obras do projeto são todas nacionais.
A estatal estima que, no pico das obras, devem ser gerados de 10.000 a 15.000 empregos.
Hoje, a RNEST tem um efetivo de 3.000 pessoas e, após a conclusão do projeto, espera-se que haja um incremento da mão de obra nas operações da refinaria.
Com um nível de automação elevado, segundo executivos, a estimativa é que o efetivo alcance entre 3.500 e 4.000 pessoas no complexo.
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