Como a Aerolíneas Argentinas passou de perdas históricas à dispensa de subsídios

Companhia aérea estatal disse que não precisará de ajuda do governo para o seu orçamento pela primeira vez em quase duas décadas, após ‘choque de gestão’ no governo de Javier Milei

A companhia registrou prejuízo operacional médio de US$ 400 milhões por ano desde 2008, mas voltou ao campo de resultados positivos
Por Kevin Simauchi
01 de Maio, 2025 | 03:25 PM

Bloomberg — A principal companhia aérea da Argentina não precisará de subsídios pela primeira vez desde que o governo nacionalizou a empresa há quase duas décadas, de acordo com um comunicado à imprensa na quarta-feira (30).

Depois de analisar suas necessidades orçamentárias para 2025, a estatal Aerolineas Argentinas informou ao secretário de Transportes, Franco Mogetta, em uma carta datada de 28 de abril, que “não precisará de fundos do tesouro do país”.

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A notícia representa um avanço bem-vindo para o presidente Javier Milei e sua equipe, que continuam a levar adiante uma campanha agressiva para renovar o setor aéreo, atormentado por greves trabalhistas e altos custos.

A Aerolineas, como a empresa é conhecida localmente, está na mira do governo há algum tempo.

Desde 2008, a companhia registra um prejuízo operacional médio de US$ 400 milhões por ano, ao mesmo tempo em que recebeu estimados US$ 8 bilhões em subsídios para cobrir déficits operacionais no mesmo período de dezessete anos, disseram os funcionários da empresa no comunicado.

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Desde que Milei declarou que a companhia aérea estava sujeita à privatização, em setembro, os executivos deram uma reviravolta drástica, que resultou em um resultado operacional positivo de US$ 20,2 milhões para 2024.

A companhia aérea vinculou esses resultados a uma redução de 15% em toda a sua força de trabalho, à eliminação de “rotas improdutivas”, bem como ao fechamento de várias agências físicas em todo o país.

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