Coca-Cola escolhe executivo brasileiro Henrique Braun como novo CEO global

Braun, 57 anos, também cidadão americano, é o atual COO global e está na gigante de bebidas desde 1996; ele substitui o inglês James Quincey em 31 de março de 2026 com desafios como expandir mais os negócios para além de refrigerantes

A Coca-Cola é uma das marcas mais icônicas do mundo, mas enfrenta o desafio geracional de preocupação com a saúde (Foto: Akos Stiller/Bloomberg)
Por Kristina Peterson
10 de Dezembro, 2025 | 10:01 PM

Bloomberg — A Coca-Cola informou ao mercado que o CEO (Chief Executive Officer) James Quincey está de saída do cargo e será substituído em 31 de março de 2026 pelo executivo brasileiro Henrique Braun, atual COO (Chief Operating Officer) e EVP (Executive Vice-President) desde 2024.

Braun, considerado um candidato natural para o cargo, completa 30 anos de Coca-Cola no próximo ano e comandou a gigante de bebidas no Brasil entre 2016 e 2020 - assumiu na sequência a liderança para a América Latina, de 2020 a 2022.

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Vai assumir uma empresa global (KO) com market cap acima de US$ 300 bilhões, que caminha para US$ 50 bilhões em vendas em 2025 e que detém uma das marcas mais icônicas do mundo.

“Vou focar em continuar o impulso que construímos com nosso sistema”, disse Braun em um comunicado. “Trabalharemos para desbloquear o crescimento futuro em parceria com nossos engarrafadores.”

Henrique Braun Photographer: Hollie Adams/Bloomberg

Quincey, que tem 60 anos e tem sido o CEO por nove anos, fará a transição para se tornar presidente executivo do conselho (executive chairman), de acordo com a empresa de bebidas de uma das marcas mais icônicas do mundo. Ele atualmente já ocupa o cargo de presidente do conselho da empresa.

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Braun tem dupla nacionalidade, tendo nascido na Califórnia e sido criado no Brasil, de acordo com a empresa. É formado em engenharia agronômica pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), com mestrado em Ciências pela Michigan State University e MBA pela Georgia State University.

Leia mais: Vendas da Coca-Cola superam projeções com força de portfólio além dos refrigerantes

Está na Coca-Cola desde 1996, tendo ingressado pela matriz em Atlanta.

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As ações da Coca-Cola tiveram pouca variação nas negociações do after hours em Nova York após o anúncio neste início de noite de quarta-feira (10).

O inglês Quincey assumiu o cargo de CEO em 1º de maio de 2017 e ajudou a tirar a empresa de um quadro de queda de vendas que durou vários anos.

Sob sua gestão, as ações da Coca-Cola subiram mais de 60%, enquanto o índice S&P 500 ganhou quase 190% no mesmo período.

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Seus esforços incluíram diversificar as ofertas da Coca-Cola para além dos refrigerantes e para bebidas voltadas a consumidores mais preocupados com saúde, incluindo café, bebidas esportivas e leite com proteína Fairlife.

Sob seu mandato, a Coca-Cola também pagou US$ 5,1 bilhões pela Costa Coffee, gigante de cafés que agora considera vender.

Braun pode precisar expandir ainda mais para novas áreas, de acordo com John Sicher, um consultor da indústria de bebidas.

“A Coke foi muito bem financeiramente sob Quincey, mas a empresa precisa fazer alguns movimentos fundamentais de diversificação para expandir além dos refrigerantes carbonatados”, disse Sicher em entrevista à Bloomberg News.

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Braun, 57 anos, ascendeu na hierarquia da Coca-Cola por um caminho semelhante ao de Quincey, que também serviu como diretor de operações, entre outros cargos, antes de ser nomeado ao posto máximo. Ambos ingressaram na empresa em 1996.

“Henrique é um parceiro de negócios confiável e altamente experiente, e ele é o líder certo para conduzir a empresa”, disse Quincey em um comunicado.

Braun passou anos trabalhando na América do Norte, na Europa, na América Latina e na Ásia, disse a empresa.

O executivo brasileiro atuou como presidente do desenvolvimento internacional da Coca-Cola antes de se tornar no início deste ano COO, cargo em que supervisionou todas as unidades operacionais da empresa em todo o mundo.

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