CEO do Julius Baer anuncia cortes de custos, mas falta convencer os investidores

As ações do banco com sede em Zurique caíram após o CEO Stefan Bollinger ter anunciado US$ 159 milhões adicionais em cortes de custos até 2028

Stefan Bollinger, CEO do Julius Baer
Por Noele Illien
03 de Junho, 2025 | 08:26 AM

Bloomberg — O Julius Baer divulgou novas metas com o objetivo de cortar custos e colocar o gestor de fortunas suíço no caminho para uma melhor lucratividade, embora os investidores tenham visto poucos motivos para se animar.

As ações do banco com sede em Zurique caíram após a abertura na terça-feira, depois que o CEO Stefan Bollinger anunciou 130 milhões de francos suíços (US$ 159 milhões) adicionais em cortes de custos até 2028. O banco estabeleceu uma meta de eficiência mais fraca e deu poucos detalhes sobre as medidas de crescimento.

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Bollinger e o novo presidente Noel Quinn estão tentando colocar o banco em um caminho de crescimento após uma série de contratempos, incluindo as perdas de 2023 ligadas ao colapso imobiliário da Signa.

No entanto, os dois anúncios de estratégia de Bollinger desde que assumiu o cargo, em janeiro, deixaram os investidores querendo mais.

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As ações da Baer caíram 1,5% às 9h47 em Zurique.

A empresa abandonou as metas de médio prazo para a lucratividade e, em vez disso, introduziu uma meta para o dinheiro novo líquido, uma métrica fundamental para os gerentes de patrimônio. O banco pretende melhorar a medida em 4-5% nos próximos três anos.

“O Baer relatou uma atualização de estratégia pouco satisfatória, uma vez que as metas de dinheiro novo líquido e de índice de receita de custo não conseguem empolgar em relação às expectativas”, escreveram analistas, incluindo Tom Hallett, da KBW, em uma nota.

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Com relação ao crescimento, o banco disse que pretende “aprimorar a segmentação e a cobertura, melhorar sua oferta de produtos, fortalecer as principais posições nas principais regiões geográficas e aumentar a produtividade”.

Recompras congeladas

Em maio, o banco registrou outro grande prejuízo decorrente de empreendimentos imobiliários que ajudou a financiar. O encargo de 130 milhões de francos suíços por perdas com empréstimos referia-se a seus negócios de dívida privada e a posições selecionadas em sua operação hipotecária.

No mesmo mês, o Julius Baer divulgou que os órgãos reguladores haviam ordenado que ele entregasse 4,4 milhões de francos suíços devido a supostas falhas nos controles de lavagem de dinheiro relacionados a transações ocorridas entre 2009 e 2019.

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O Baer confirmou que um programa de recompra de ações está suspenso até que se tenha clareza sobre o resultado de uma investigação sobre as perdas da Benko concluída pelo órgão regulador Finma.

Anke Reingen, analista da RBC Capital Markets, disse que as atualizações das metas “fazem sentido”, mas que os investidores precisariam ver “evidências de um resultado melhor e a retomada das recompras para ver o crescimento dos lucros e as atualizações surgindo”.

-- Com a ajuda de Jan-Henrik Förster, Macarena Muñoz e Levin Stamm.

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