Bloomberg — A Caterpillar forneceu aos investidores pela primeira vez uma orientação anual sobre o impacto que as tarifas terão sobre a fabricante das icônicas escavadeiras e tratores neste ano, à medida que a guerra comercial do governo Trump se aprofunda.
A fabricante de equipamentos pesados disse na terça-feira (5), após divulgar seus resultados, que espera enfrentar tarifas incrementais líquidas de US$ 1,3 bilhão a US$ 1,5 bilhão este ano - incluindo até US$ 500 milhões no terceiro trimestre - embora seu novo CEO tenha dito que a empresa será capaz de compensar o impacto.
As perspectivas da Caterpillar são importantes porque a empresa é uma das maiores fabricantes mundiais de máquinas para mineração e construção. Os resultados do segundo trimestre da fabricante norte-americana já refletem o efeito das tarifas, com os custos chegando ao limite superior de sua faixa estimada divulgada em abril.
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“Vamos mitigar o impacto das tarifas”, disse o CEO Joe Creed, que sucedeu Jim Umpleby em maio, em uma chamada de resultados. “Estamos buscando um pouco mais de clareza antes de entrarmos em contato com as alavancas que vamos acionar”.
As ações da Caterpillar, que se mostraram resistentes este ano, com um ganho de 20%, caíram 1,2% em Nova York.
A Caterpillar disse que agora espera que o lucro operacional ajustado para o ano inteiro caia na parte inferior de sua meta anual, mesmo com vendas anuais mais altas.
Os analistas da Baird calcularam que as tarifas equivalerão a um arrasto de 300 pontos-base nas margens, acima de sua expectativa anterior de 200 pontos-base, de acordo com uma nota aos clientes após a divulgação dos lucros.
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A perspectiva de tarifas veio depois que a Caterpillar divulgou lucros ajustados de US$ 4,72 por ação no segundo trimestre, ficando aquém da estimativa mediana de US$ 4,88 dos analistas consultados pela Bloomberg.
A empresa sediada em Irving, Texas, disse que as vendas totais caíram nos setores de construção e recursos no trimestre, enquanto sua unidade de energia e transporte teve vendas mais altas. O lucro operacional de seus segmentos de maquinário, energia e transporte caiu 24% em relação ao mesmo período do ano anterior, principalmente devido aos custos de fabricação desfavoráveis que refletem, em grande parte, o impacto das tarifas mais altas.
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