Bloomberg — O governo canadense aprovou a aquisição da Teck Resources pela Anglo American, ajudando a abrir caminho para a criação de uma gigante metalúrgica avaliada em US$ 50 bilhões, focada em minas de cobre no Chile e no Peru.
A aprovação, de acordo com a Lei de Investimentos do Canadá, formaliza os compromissos assumidos pelas mineradoras em setembro e chega uma semana depois que os acionistas de ambas as empresas deram seu consentimento para o negócio.
“A aprovação do governo do Canadá é um passo importante para a formação da Anglo Teck, uma nova campeã global de minerais críticos com sede no Canadá”, disse o CEO da Teck, Jonathan Price, em um comunicado.
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O acordo da Anglo para a aquisição da Teck - fechado há cerca de três meses - lhe dará acesso ao portfólio de minas de cobre da empresa canadense, justamente no momento em que o metal está sendo negociado perto de recordes de alta.
O negócio de cobre da Anglo também atraiu a atenção de rivais, com a empresa sediada em Londres rejeitando duas vezes abordagens do BHP Group, a maior mineradora do mundo.
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A Anglo e a Teck concordaram em reforçar promessas anteriores sobre a nova sede, que será em Vancouver.
Dois terços dos executivos seniores da Anglo Teck terão que residir principalmente no Canadá, e o conselho terá 50% de representação canadense por sete anos, de acordo com a Ministra da Indústria, Melanie Joly.
A ministra disse que o acordo garantiria 4.000 empregos no país - igual ao emprego atual da Teck no país.
Outras aprovações regulatórias ainda estão em andamento, embora o negócio tenha recebido o aval das autoridades de concorrência na Austrália.
“Com a aprovação da Lei de Investimentos do Canadá e a desistência da BHP de fazer uma oferta pela Anglo, as chances de a fusão ser concluída aumentam significativamente”, disse Shane Nagle, analista do National Bank of Canada, em uma nota na terça-feira.
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A transação ainda precisa de aprovações dos órgãos reguladores da Europa, Japão, Coreia do Sul, EUA, Chile e China em relação a questões antitruste, observou Nagle, acrescentando que a Anglo Teck obteria o controle de pouco menos de 5% do mercado de cobre.
A China e outras jurisdições poderiam se opor ao acordo devido à importância do cobre como um “mineral crítico com restrições de fornecimento”, disseram analistas da Jefferies, incluindo Christopher LaFemina, em uma nota na terça-feira.
“Nosso cenário básico é que esse acordo realmente ultrapasse a linha de chegada, mas ainda há riscos claros”.
As empresas disseram que buscarão a inclusão nos principais índices de ações do Canadá e se comprometeram a gastar pelo menos C$4,5 bilhões (US$3,3 bilhões) no Canadá dentro de cinco anos.
A Anglo Teck também disse que investiria pelo menos C$10 bilhões no país ao longo de 15 anos, o que envolveria a extensão da vida útil da mina de cobre de Highland Valley, o aumento da capacidade de processamento no complexo de refino de Trail e o desenvolvimento avançado de dois projetos de cobre.
Os ativos de cobre da Teck são cobiçados há muito tempo por grandes empresas de mineração, embora sua principal mina Quebrada Blanca, no norte do Chile, tenha sido afetada por problemas operacionais. A Anglo possui uma mina de cobre vizinha chamada Collahuasi.
A Anglo concordou em pagar 1,3301 ação por cada ação da Teck, em um negócio que ambas as empresas apresentaram como uma transação de prêmio zero quando foi anunciada.
-- Com a colaboração de Doug Alexander e Sybilla Gross.
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