Bloomberg Línea — A incorporadora mineira BRZ Empreendimentos tomou um atalho para entrar na bolsa brasileira: uma combinação de negócios com a Fica Empreendimentos, já listada desde 2007.
As companhias divulgaram fato relevante na noite de quarta-feira (13), com um Memorando de Entendimentos (MOU) para avaliar uma possível combinação de negócios.
O acordo prevê a unificação das bases acionárias e a criação de uma nova companhia, na qual a BRZ deterá 85% de participação e a Fica, 15%.
A empresa resultante será listada na B3 com novo ticker, mantendo nome e identidade da BRZ.
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O movimento ocorre após tentativas frustradas da BRZ em realizar uma oferta inicial pública de ações (IPO, na sigla em inglês). No mercado, a operação é conhecida como IPO reverso.
“A nova companhia será, na essência e na marca, a BRZ, agora com estrutura de companhia aberta e maior capacidade de gerar valor”, afirmou, em nota, Marcelo Tolentino, presidente do conselho de administração da BRZ Empreendimentos.
Com a janela fechada para estreias na bolsa, a combinação de negócios dá à BRZ acesso ao mercado de capitais em um momento de crescimento do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) – as duas companhias têm foco no segmento econômico.
Fundada em Belo Horizonte, a BRZ tem sede em Campinas (SP) e atuação em 34 cidades de três estados: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A Fica, por sua vez, tem atuação apenas em São Paulo.
A BRZ lançou R$ 511 milhões em valor geral de vendas (VGV) no primeiro trimestre deste ano, alta de 101% em 12 meses, e encerrou o trimestre com um caixa de R$ 422 milhões. Em 2024, a incorporadora registrou receita líquida de R$ 1,05 bilhão.
Já a Fica tem uma experiência de 15 anos no mercado, e entregou 8.300 unidades habitacionais ao longo do tempo, com VGV acumulado em cerca de R$ 1,5 bilhão.
A empresa tem atualmente patrimônio líquido de R$ 78 milhões, e tem a propriedade de um terreno de 2,9 milhões de metros quadrados no estado do Rio de Janeiro, considerado estratégico pelas empresas e mantido como reserva de valor.
A combinação de negócios, se concluída, pode ajudar a empresa a extrair valor do terreno no Rio de Janeiro, segundo Alexandre Coelho, presidente do conselho da Fica, em comunicado.
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