Bridgestone aposta nos EUA e na Europa para compensar as perdas no Brasil

Fabricante de pneus japonesa, dona da marca Firestone, diz que as perdas no mercado brasileiro tocaram o ponto mais baixo desde o primeiro trimestre; empresa acelera reestruturação e controles de custo, incluindo em sua fábrica de Santo André

Bridgestone
Por Reina Sasaki
08 de Agosto, 2025 | 02:47 PM

Bloomberg — A Bridgestone planeja compensar perdas no Brasil ao revitalizar sua marca centenária Firestone e aumentar a produção na América do Norte numa campanha para elevar as vendas nos Estados Unidos e na Europa em meio a pressões tarifárias.

A fabricante japonesa de pneus espera que seu lucro operacional ajustado para o ano fiscal nas Américas cresça 20,5%, segundo o balanço do primeiro semestre da empresa.

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A Bridgestone reduziu pela metade seus custos estimados de tarifas americanas e uma potencial desaceleração econômica dos Estados Unidos para ¥25 bilhões (US$ 169,3 milhões) e ¥10 bilhões, respectivamente, informou.

As estimativas não estão incorporadas na orientação anual, disse a empresa.

“Os Estados Unidos são nosso mercado de crescimento e vamos destinar nossos recursos lá”, disse o presidente-executivo (CEO) Shuichi Ishibashi durante uma entrevista a jornalistas para comentar os resultados na sexta-feira (8). “Vamos compensar as perdas no Brasil com os mercados dos Estados Unidos e Europa”, acrescentou.

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A América do Norte representou 49% de sua receita total no último ano fiscal.

“A Bridgestone pode atingir as metas de lucro de 2025, se as melhorias no mix de preços continuarem, as vendas se beneficiarem de uma potencial redução nas importações de pneus de baixo custo para os Estados Unidos e os esforços de reconstrução de negócios e redução de custos trouxerem ganhos adicionais”, disse o analista sênior da indústria da Bloomberg Intelligence, Tatsuo Yoshida.

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As perdas no Brasil tocaram o ponto mais baixo desde o primeiro trimestre, disse a empresa.

A Bridgestone acelera esforços de reestruturação e controles de custo em locais-chave, incluindo sua fábrica de Santo André. A gestão mira retorno à lucratividade até o quarto trimestre.

“2025 é um ano de medidas emergenciais e resposta à crise”, disse Ishibashi. “Gostaríamos de transformar pressões tarifárias em oportunidade”, acrescentou.

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O lucro operacional ajustado do segundo trimestre aumentou 13% em relação ao ano anterior, superando estimativas dos analistas.

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