Braskem busca renovar com bancos linha de crédito de US$ 1 bi, dizem fontes

Segundo pessoas que falaram com a Bloomberg News, petroquímica busca renovar uma linha de crédito não garantida que vence no final do ano que vem; empresa não comenta

Braskem
Por Vinícius Andrade - Giovanna Bellotti Azevedo - Rachel Gamarski
24 de Setembro, 2025 | 07:12 PM

Bloomberg — A Braskem iniciou conversas com um grupo de bancos para renovar uma linha de crédito não garantida de US$ 1 bilhão, que vence no final do ano que vem, segundo pessoas próximas ao assunto que falaram com a Bloomberg News.

A gigante petroquímica brasileira, que passa por dificuldades, tenta negociar o acordo sem precisar oferecer garantias, disse uma das fontes, que pediu anonimato por se tratar de uma questão privada.

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A linha de crédito rotativo internacional (RCF, na sigla em inglês) foi contratada em 2021 junto a um grupo de 11 bancos globais, segundo registro da empresa.

A Braskem preferiu não comentar.

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Tem sido um ano difícil para a empresa nos mercados de dívida, devido à fraca demanda e excesso de oferta na indústria petroquímica, além dos desdobramentos de um desastre ambiental que fez a companhia perder o selo de investimento.

Mais recentemente, a possibilidade de aquisição pelo empresário brasileiro Nelson Tanure aumentou o temor de uma reestruturação.

Os títulos da companhia ampliaram as perdas após reuniões com investidores na semana passada em Londres, que pouco conseguiram restaurar a confiança, disseram pessoas próximas ao assunto.

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O rendimento dos papéis em dólar com vencimento em 2033 subiu para mais de 18%, com a dívida caindo até 10,7 centavos na quarta-feira, antes de reduzir um pouco a queda.

Mesmo com maior apetite dos investidores por títulos de renda fixa de mercados emergentes, os bonds em dólar da Braskem registraram perda média de 28% em 2025, segundo dados compilados pela Bloomberg.

No mesmo período, um índice de empresas de mercados emergentes avançou 7,2%.

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Na semana passada, a S&P Global Ratings rebaixou a nota da Braskem de BB- para B+, com perspectiva negativa, afirmando que as medidas adotadas pela empresa para melhorar rentabilidade e liquidez podem não ser suficientes para conter o consumo de caixa nos próximos trimestres.

Moody’s e Fitch já haviam rebaixado a dívida após resultados “desanimadores” no segundo trimestre, que mostraram persistente queima de caixa e aumento do endividamento.

A Braskem (BRKM5) usou R$ 1,45 bilhão (US$ 273 milhões) em caixa no segundo trimestre, restando cerca de US$ 1,7 bilhão em reservas — aproximadamente US$ 1,1 bilhão a menos do que 12 meses antes.

Isso reduziu a cobertura da dívida da empresa para 30 meses, menos da metade dos 61 meses registrados no ano anterior. Os números não consideram a linha de crédito rotativo de US$ 1 bilhão que a empresa agora tenta renovar.

Carolina Chimenti, analista da Moody’s, afirmou no mês passado que a incapacidade de renovar a linha de crédito seria motivo de preocupação.

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