Braskem busca sócio para a unidade de ‘polietileno verde’, dizem fontes’

Segundo pessoas que falaram com a Bloomberg News, a empresa do setor petroquímico trabalha com o Santander e o Nomura como assessores na possível venda de participação

Com dívida de US$ 6,8 bilhões, empresa busca vender ativos. (Foto: Lucas Landau/Bloomberg)
Por Cristiane Lucchesi - Rachel Gamarski - Mariana Durão
08 de Agosto, 2025 | 02:25 PM

Bloomberg — A Braskem, empresa do setor petroquímico, busca um sócio para sua unidade de polietileno verde, disseram pessoas a par do assunto que falaram com a Bloomberg News.

A empresa trabalha com o banco Santander e o Nomura como assessores na possível venda de participação, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas ao discutir informações que não são públicas.

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Em setembro de 2010, a Braskem inaugurou sua planta de eteno verde em Triunfo, no estado do Rio Grande do Sul. A capacidade de produção da unidade está em 275 mil toneladas por ano de eteno verde, matéria-prima utilizada na produção do polietileno verde.

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O eteno verde oferece a mesma qualidade e versatilidade dos produtos de origem fóssil, mas com o benefício adicional de capturar cerca de duas toneladas de dióxido de carbono para cada tonelada produzida, medida em toda a sua cadeia produtiva até a Braskem, informou a empresa.

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A Braskem, cuja dívida líquida cresceu US$ 235 milhões no segundo trimestre, para US$ 6,8 bilhões, ou 10,6 vezes o Ebitda, busca vender ativos.

A companhia está em negociações preliminares com a Unipar para vender suas plantas de polipropileno nos Estados Unidos, avaliadas em US$ 1 bilhão, disseram pessoas familiarizadas com o assunto que falaram com a Bloomberg News na quinta-feira.

A Unipar confirmou que assinou um acordo de confidencialidade com a Braskem em 25 de julho com o objetivo de adquirir alguns ativos. “Até o presente momento, não há definição sobre os ativos e/ou as participações que farão parte da transação”, disse a empresa em comunicado.

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Embora o interesse da Unipar esteja concentrado nos ativos industriais da Braskem nos Estados Unidos, a petroquímica controlada pela Novonor tenta incluir suas operações no polo petroquímico de São Paulo em negociações para um potencial desinvestimento, disse o jornal Valor Econômico, sem informar onde obteve a informação.

Em resposta a pedido de comentário sobre a venda da planta de eteno verde, a Braskem se referiu a um comunicado no qual a empresa afirmou ter iniciado discussões com a Unipar sobre potenciais oportunidades envolvendo ativos ou participações societárias da empresa e de suas subsidiárias.

“Até o momento, os ativos e/ou participações acionárias que podem ser incluídos em uma potencial transação não foram definidos, e nenhum acordo vinculativo ou não vinculativo foi firmado entre as partes, com exceção de um acordo de confidencialidade”, disse a Braskem no comunicado.

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Santander e Nomura não comentaram.

O empresário Nelson Tanure está atualmente negociando com a maior acionista da Braskem, a Novonor, para adquirir sua participação de 34,4%, potencialmente oferecendo à Novonor uma saída após o fracasso de outros negócios.

A Novonor colocou ações da Braskem (BRKM5) como garantia de dívidas não pagas e qualquer venda deve ser aprovada por seus credores.

A empresa também lida com as consequências de um desastre ambiental em andamento no Estado de Alagoas.

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