Bloomberg Línea — A JHSF (JHSF3) planeja repetir o sucesso da Fazenda Boa Vista, reduto de bilionários no interior paulista, com seu novo empreendimento Fazenda Santa Helena, que oferece residências luxuosas por até R$ 13 milhões em Bragança Paulista, a cerca de uma hora e meia da cidade de São Paulo.
O projeto da Fazenda Santa Helena, que oferece lotes e villas em fase de pré-lançamento, adota o padrão de luxo visto na Fazenda Boa Vista, localizada em Porto Feliz.
É um investimento na demanda de famílias de altíssima renda por moradias no interior com uma infraestrutura que une natureza, lazer e esportes - que a JHSF descreve como “ecossistema de alta renda”.
Levar o luxo para além de São Paulo com a construção de complexos multiuso em regiões verdes se tornou uma das avenidas de crescimento do grupo da família Auriemo, liderado por José “Zeco” Auriemo Neto.
A JHSF, comandada pelo CEO Augusto Martins, avança com um ecossistema de imóveis e serviços para a elite, que inclui desde um aeroporto privado (o Catarina, em São Roque) a shoppings centers com marcas globais de luxo, como o Cidade Jardim e o Shops Jardins.
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Um dos termômetros do êxito da Fazenda Boa Vista como uma das maiores concentrações de morarias de representantes do PIB brasileiro é o fluxo de helicópteros no condomínio. Trata-se de uma das principais rotas da plataforma digital Revo, que oferece voos entre a Faria Lima e o heliponto local.
Na área de incorporação em condomínios de alto padrão no interior paulista, esse movimento da JHSF se traduz em empreendimentos como a Fazenda Boa Vista e agora a Fazenda Santa Helena.
Entre as atrações previstas no novo empreendimento estão trilhas para caminhadas pela mata nativa e um campo de golpe de 18 buracos projetado pelo norte-americano Jack Nicklaus, uma lenda do esporte.
Haverá ainda um centro equestre, o Santa Helena Country Club, com spa, academia e quadras de esportes como tênis, beach tennis, pickleball, padel e futebol.
O empreendimento terá ainda o Santa Helena Market, com restaurantes, serviços e opções de entretenimento. A arquitetura é assinada por Sig Bergamin e Murilo Lonas, com paisagismo de Maria João D’orey.

A JHSF ainda não divulga informações detalhadas sobre o lançamento.
Um corretor, sob condição de anonimato, pois não tem autorização de fazer comentários públicos, disse à Bloomberg Línea que a companhia abriu a primeira fase para a venda de lotes com áreas de 2.900 a 7.300 metros quadrados, com a “condição especial” de preço de R$ 1.700 por metro quadrado.
A menor opção de lote (2.937,93 metros quadrados) tem valor de R$ 6,591 milhões na tabela, segundo ele.
A liberação dos lotes da primeira fase deve ocorrer em 90 dias, com a entrega do condomínio prevista para um período entre 18 a 24 meses, ou seja, a partir de 2027.
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Além dos lotes, a Fazenda Santa Helena terá villas, com prazo de 36 meses a partir da assinatura de contrato de compra - ou seja, com entrega em 2028 se isso ocorrer até agosto.
As villas Santa Helena têm 608 metros quadrados de área, com cinco suítes em lotes com cerca de 1.500 metros quadrados. A tabela indica a villa por R$ 13 milhões, mas o corretor disse que o preço é negociável.
A entrega das unidades seguirá um padrão, em que o acabamento em todos os ambientes terão que estar de acordo com a curadoria de Sig Bergamin e Murilo Lomas. Isso inclui, por exemplo, pisos, rodapés, pinturas, forro de gesso, luminárias, louças, metais, ar-condicionado com difusor linear nas salas e difusor de parede nos quartos, marcenaria de cozinha, quartos e sanitários.
O padrão de entrega inclui eletrodomésticos mimetizados na marcenaria, como geladeira, freezer, cooktop, coifa, torre com forno e microondas, maquina de lavar louças, máquina de lava e seca e tanque na lavanderia, além de box e espelho, segundo o corretor.
A JHSF orientou seu time de vendas a evitar agendar visitas presenciais ao terreno do empreendimento em Bragança Paulista, segundo o corretor. Inicialmente o potencial cliente marca uma visita ao escritório na capital paulista para conhecer a maquete.
A Fazenda Santa Helena está localizada a cerca de 30 quilômetros de outro condomínio residencial no segmento de alto padrão, o Quinta da Baroneza.
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Além de condomínios fechados luxuosos na capital e no interior paulista, a JHSF investe em projetos ambiciosos e considerados disruptivos, como o São Paulo Surf Club, em que será possível surfar mesmo a 85 km da praia mais próxima.
A empresa reforçou seus planos de entregar o São Paulo Surf Club ainda neste ano.
Ao longo dos últimos anos, a JHSF diversificou o seu modelo de negócios, que vai da área de shoppings à H&G (Hospitalidade e Gastronomia) - em sua maioria em parceria com o Fasano -, além de Residences e Clubs, aeroportos e JHSF Capital.
Na prévia operacional do resultado do segundo trimestre da JHSF, a divisão de shoppings apresentou um aumento de 17% nas vendas totais em 12 meses e uma taxa de ocupação consolidada de 99,2%.
O Shopping Cidade Jardim foi o destaque, com um aumento de 27% na comparação anual. A divisão de aeroportos continuou a apresentar melhora, com desempenho positivo no trimestre e uma alta anual de 64% no número de atividades.
Os números financeiros serão divulgados ao mercado em 14 de agosto.
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