BC reforça regras para fintechs e limita transferências a R$ 15.000 após ataques

Golpes cibernéticos e a repressão ao crime organizado expuseram falhas de segurança no sistema financeiro do Brasil; fintechs maiores, como Nubank e Mercado Pago, não são afetadas por novo regulamento

Morgan Stanley rebaja acciones brasileñas por riesgos fiscales.
Por Matheus Piovesana
05 de Setembro, 2025 | 01:08 PM

Bloomberg — O Banco Central reforçou as regras para fintechs de menor porte depois que ataques cibernéticos e a repressão ao crime organizado expuseram falhas de segurança no sistema financeiro.

O órgão regulador impôs um limite de R$ 15.000 para transferências eletrônicas, inclusive por meio do pix, para instituições que ainda não receberam autorização do BC.

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Os reguladores também anteciparam o prazo para que as empresas obtenham essa autorização de dezembro de 2029 para maio de 2026.

As fintechs maiores, como o Nubank e o Mercado Pago, do Mercado Livre não são afetadas porque controlam subsidiárias que já estão autorizadas pelo BC.

As novas medidas são apresentadas como necessárias porque grupos do crime organizado têm atacado frequentemente empresas de pagamento e bancos, disse o BC em um comunicado na sexta-feira (5).

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O presidente do Banco Central, Gabriel Galipolo, disse em uma entrevista coletiva que as fintechs e o setor financeiro do Brasil são as vítimas, e que mais medidas estão em andamento para resolver o problema.

Um ataque cibernético contra a Sinqia, uma empresa brasileira controlada pela Evertec, movimentou cerca de R$ 710 milhões através do pix na semana passada, afetando bancos, incluindo a unidade brasileira do HSBC. Outro ataque no início de julho contra a C&M Software desviou cerca de R$ 400 milhões, segundo o Valor Econômico.

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Esses ataques ocorreram por meio de provedores de tecnologia que os bancos e fintechs usam para ter acesso aos sistemas do banco central, como o pix.

Na semana passada, as autoridades brasileiras lançaram uma operação de repressão ao crime organizado que teve como alvo algumas fintechs menores, como a BK.

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Os investigadores disseram que essas entidades foram usadas para ajudar o grupo criminoso Primeiro Comando da Capital a movimentar dinheiro originado de atividades criminosas. As fintechs negaram qualquer irregularidade.

“Há uma camada de mercado que ainda não estava regulamentada”, disse Marcelo Schucman, presidente da Banking as a Service Association, em uma entrevista.

“Vimos primeiro fraudes contra indivíduos, mas à medida que os fraudadores entraram profundamente no sistema, os riscos aumentaram.”

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