BASF inicia processo de venda de negócio de revestimentos e pode buscar US$ 6,8 bi

Gigante química alemã, que se desfez de unidade de tintas no Brasil em fevereiro, atraiu o interesse de gigantes globais de private equity, como Carlyle, CVC e Lone Star, além da Sherwin-Williams, segundo fontes disseram à Bloomberg News

A BASF tem buscado se concentrar em negócios de maior crescimento como parte de uma estratégia global (Foto: Alex Kraus/Bloomberg)
Por Dinesh Nair - Eyk Henning - Swetha Gopinath - Pamela Barbaglia
30 de Maio, 2025 | 06:36 PM

Bloomberg — A BASF iniciou a venda de seu negócio de revestimentos (coating), em um processo que pode avaliar a unidade em cerca de 6 bilhões de euros (US$ 6,8 bilhões) e atrair ofertas de grandes empresas de aquisição (buyout), de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto que falaram com a Bloomberg News.

A empresa química alemã enviou informações sobre o negócio a possíveis pretendentes nas últimas semanas, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas, pois o assunto é privado.

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O Carlyle Group considera fazer uma oferta pelo negócio de revestimentos, que inclui a área de tintas industriais, juntamente com a fabricante de tintas Sherwin-Williams.

A empresa também atraiu o interesse inicial da CVC Capital Partners e da Lone Star Funds, disseram as pessoas.

Leia mais: BASF vende a Suvinil para a Sherwin-Williams por US$ 1,15 bilhão

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Outras empresas de capital privado, incluindo a Advent, a Bain Capital, a Blackstone e a Platinum Equity, estão planejando avaliar o negócio separadamente, disseram as pessoas.

A unidade da BASF também poderia atrair o interesse de empresas rivais no setor de revestimentos, disseram as pessoas.

As deliberações estão em um estágio inicial, e não há certeza de que os possíveis pretendentes farão ofertas, disseram as pessoas.

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Os representantes de Advent, Bain, Blackstone, CVC, Carlyle, Lone Star e Platinum não quiseram comentar para a Bloomberg News. Um porta-voz da Sherwin-Williams não respondeu imediatamente às perguntas.

Um representante da BASF disse que a intenção é explorar opções para as atividades de revestimentos restantes em um único pacote, acrescentando que há “grande interesse” de compradores estratégicos, empresas de capital privado e consórcios.

“Estamos nos aproximando do mercado para explorar opções estratégicas para as atividades de revestimentos restantes”, disse o porta-voz.

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“As discussões serão realizadas com as partes interessadas, e estamos abertos ao resultado. É muito cedo para indicar a direção que isso pode tomar”.

O CEO, Markus Kamieth, vem reorientando a BASF para combater os altos preços de energia e o declínio da demanda global.

A empresa contratou o Bank of America e o JPMorgan Chase para assessorá-la na possível venda da unidade de revestimentos, informou a Bloomberg News. A divisão teve cerca de 4,3 bilhões de euros de vendas em 2024.

Em fevereiro, a BASF concordou em vender seu negócio de tintas no Brasil para a Sherwin-Williams por US$ 1,15 bilhão.

A empresa também contratou assessores para se preparar para uma possível listagem pública de ações de sua divisão de produtos químicos agrícolas, que poderia valer mais de 20 bilhões de euros.

Uma lista cada vez maior de empresas européias tem procurado realizar a cisão ou a alienação de ativos não essenciais para se concentrar em áreas de crescimento e aumentar o valor para os acionistas.

A DSM-Firmenich planeja uma possível venda de seu negócio de nutrição e saúde animal no valor de 3 bilhões de euros.

A BP iniciou a venda de seu negócio de lubrificantes Castrol, que atraiu o interesse de empresas de energia, incluindo a Reliance Industries, e de aquisição, como a Apollo Global Management e a Lone Star, informou a Bloomberg News nesta semana.

-- Com a colaboração de Wilfried Eckl-Dorna e Ignacio Gonzalez.

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