Bancos recorrem à FTI Consulting para negociar dívida da Braskem, dizem fontes

Crédit Agricole, ING, Sumitomo Mitsui Banking Corporation e BNP Paribas se organizam após a petroquímica e credores iniciarem discussões sobre alternativas de reestruturação, segundo fontes que falaram à Bloomberg News

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Bloomberg — Um grupo de bancos contratou a FTI Consulting como assessora financeira, em meio a preocupações de que as negociações da dívida da Braskem afetem os pagamentos de um empréstimo rotativo que a empresa obteve recentemente junto aos credores, segundo pessoas familiarizadas com o assunto que falaram com a Bloomberg News.

O grupo, que inclui Crédit Agricole, ING Groep, Sumitomo Mitsui Banking Corporation e BNP Paribas, entre outros, se organiza depois que a Braskem e seus credores discutiram opções, incluindo um acordo extrajudicial, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas por estarem discutindo detalhes confidenciais.

A Braskem, uma das maiores empresas petroquímicas do mundo, passa por um período difícil nos últimos anos.

Os desafios incluem um desastre ambiental em uma de suas minas de sal, no estado de Alagoas, junto a um excesso de oferta no mercado global de petroquímicos que pressionou os preços para baixo, o que se refletiu em resultados “desanimadores” no segundo trimestre.

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Em setembro, a empresa surpreendeu seus credores ao anunciar a contratação de assessores para “otimizar” suas finanças, o que fez com que seus títulos em dólar despencassem em toda a curva.

Procurados pela Bloomberg News, Braskem, BNP Paribas, Credit Agricole e ING não comentam. O SMBC não respondeu aos pedidos de comentário.

No início deste mês, a Braskem sacou integralmente uma linha de crédito de US$ 1 bilhão que possuía junto ao grupo de bancos.

Essa linha de crédito sem garantia expira no fim do próximo ano, e a empresa está em negociações para renová-la.

A empresa contratou os escritórios de advocacia Cleary Gottlieb Steen & Hamilton e E. Munhoz Advogados como assessores, além do Lazard como assessor financeiro, segundo o jornal O Globo no mês passado, sem revelar a fonte da informação.

Os bondholders são representados pelo banco de investimento Houlihan Lokey nas negociações, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto.

O Houlihan não respondeu a um pedido de comentário.

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