Azul obtém aprovação de tribunal dos EUA para plano de reestruturação

Acordo elimina mais de US$ 2,6 bilhões em dívidas e obrigações de leasing; United e American investirão US$ 100 milhões cada na companhia aérea brasileira e deterão, individualmente, 8,5% do novo capital da Azul quando ela sair do Chapter 11

Plano de reestruturação ainda depende de aprovações regulatórias no Brasil, afirmou um advogado da empresa. (Foto: Dado Galdieri/Bloomberg)
Por Jonathan Randles
12 de Dezembro, 2025 | 08:45 PM

Bloomberg — A Azul obteve autorização da Justiça dos Estados Unidos para sair da recuperação judicial e implementar um plano de reestruturação apoiado por credores, que reduz o endividamento e prevê novos investimentos da United Airlines e da American Airlines.

O juiz Sean Lane afirmou, durante uma audiência realizada na noite de sexta-feira (12) em Nova York, que aprovaria o plano de reorganização da companhia, abrindo caminho para que a Azul deixe o Chapter 11 no início do próximo ano.

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O acordo elimina mais de US$ 2,6 bilhões em dívidas e obrigações de leasing de aeronaves e capta até US$ 950 milhões em novos aportes de capital, segundo documentos do processo.

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O plano de recuperação contou com amplo apoio dos credores da Azul e incluiu acordos com seus principais financiadores e com o maior arrendador de aeronaves da empresa, a AerCap.

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United e American também investirão US$ 100 milhões cada na companhia aérea brasileira e deterão, individualmente, 8,5% do novo capital da Azul quando ela sair do Chapter 11, de acordo com a Bloomberg Intelligence.

O plano de reestruturação ainda depende de aprovações regulatórias no Brasil, afirmou um advogado da empresa durante uma audiência anterior, realizada na quinta-feira.

A Azul (AZUL4) entrou com pedido de recuperação judicial em maio nos Estados Unidos, após mais de um ano enfrentando aumento de custos e os efeitos persistentes da pandemia de covid-19 sobre o setor de aviação.

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A concorrente brasileira Gol (GOLL54) buscou proteção judicial no ano passado, e a americana Spirit Aviation pediu recuperação judicial em agosto, pela segunda vez em menos de um ano.

De acordo com os termos da reestruturação da Azul, detentores de títulos a quem a empresa devia cerca de US$ 1,8 bilhão também concordaram em trocar essa dívida por participação acionária no negócio reorganizado.

O grupo de credores que apoiou a reestruturação inclui BlackBarn Capital, Readystate Asset Management, Whitebox Advisors e DSC Meridian Capital, segundo um comunicado divulgado em agosto.

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A Azul afirmou que o fortalecimento do balanço e a reestruturação da frota colocam a empresa em posição de se tornar “uma companhia aérea mais robusta e resiliente”, capaz de enfrentar as forças econômicas que a levaram ao Chapter 11, incluindo a volatilidade dos custos de combustível.

O caso é Azul SA, número 25-11176, no Tribunal de Falências dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova York.

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