Pimco e Schroders se posicionam para ano sem cortes nos juros dos EUA

Yields de 10 anos ultrapassaram 4,5% pela 1ª vez desde novembro na quarta (10), após dados de inflação mais fortes do que o esperado nos EUA

Pronostico adverso. Schroders ve una alta probabilidad de default para 2026.
Por Ruth Carson e Masaki Kondo
11 de Abril, 2024 | 11:38 AM

Bloomberg — Gigantes de investimento globais já se preparam para um cenário cada vez mais plausível de que o banco central dos Estados Unidos não corte os juros este ano e a taxa dos Treasuries americanos de 10 anos ultrapasse 5%.

A britânica Schroders está assumindo posições vendidas (aposta na queda) em títulos do Tesouro americano – uma aposta na alta dos yields – diante de uma inflação persistente que eleva o risco de juros altos por mais tempo.

A Pimco espera que o Fed flexibilize a política monetária em um ritmo mais gradual do que os outros países desenvolvidos, com uma chance “não negligenciável” de que não haja corte algum este ano.

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Os yields de 10 anos ultrapassaram 4,5% pela primeira vez desde novembro na quarta-feira (10), após os dados de inflação americana virem mais fortes do que o esperado. É uma guinada brusca em um mercado que, não faz tanto tempo, precificava até seis cortes de 0,25 ponto percentual este ano a partir de março.

“Não creio que 5% ou mais esteja fora de questão” para o Treasury de 10 anos, disse Kellie Wood, vice-chefe de renda fixa da Schroders, em Sydney. A gestora também se posiciona para a “chance de que o Fed não faça corte algum este ano”, com posições vendidas em Treasuries de dois, cinco e 10 anos.

Ben Emons, gestor sênior da Newedge Wealth, em Connecticut, acha que o yield de 10 anos pode chegar a 5,3% e também vê a possibilidade de um ano sem cortes do Fed. “É uma opção que está na mesa”, disse.

A Abrdn está reduzindo sua exposição a Treasuries de 10 anos e mais longos, enquanto avalia um “cenário de crescimento mais robusto”, disse Ray Sharma-Ong, chefe de estratégias multiativos para o Sudeste Asiático da casa.

Os dados fortes nos EUA podem cristalizar as apostas em uma inflação persistente, disse Kiyoshi Ishigane, gestor-chefe de fundos da gigante Mitsubishi UFJ Asset Management, em Tóquio.

“Ainda há uma tendência de alta dos yields”, disse Ishigane, apesar de estar comprado em Treasuries, o que significa que seu fundo ganha se as taxas caírem e o valor dos títulos subirem. “Vejo uma probabilidade de 75% de que o Fed comece a cortar juros em setembro e uma probabilidade de 25% de não haver cortes este ano.”

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