Multa da Apple, demissões em unidade da Anglo e outros eventos que movem os mercados

As bolsas nos EUA fecham por feriado; investidores avaliam dados positivos no Japão e na China e recompra de ações, com aumento de dividendo, do Santander

Estes são os eventos que orientam os investidores e movem os mercados hoje
19 de Fevereiro, 2024 | 07:19 AM

Barcelona, Espanha — Hoje, as bolsas de Nova York permanecerão fechadas pelo Dia do Presidente. A semana retoma o ritmo com a temporada de divulgação de balanços, cujos resultados, em sua grande maioria, têm sido positivos. O mercado aguarda números de empresas como Vale, Nvidia, Walmart, Palo Alto, Danone, Nestlé, Telefônica, entre outras.

☀️ Manhã animadora. No Japão, os pedidos de maquinário em dezembro subiram +2,7%, superando a queda anterior de -4,9% e as projeções de +2,5%. No Reino Unido, o índice Rightmove de preços de casas elevou-se em +0,9% em fevereiro, versus +1,3% da leitura anterior. E na China as viagens e os gastos na última semana de feriado excederam os níveis de 2019 pela primeira vez: com 474 milhões de viagens (+34% e +19% pré-pandemia de 2019) e US$ 89 bilhões em consumo (+47% e +8% comparado a 2019).

Assine a newsletter matinal Breakfast, uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque em negócios e finanças no Brasil e no mundo.

💸 Lucros sob ameaça. Investidores e as empresas alertam que a guerra no Oriente Médio constitui um grande risco para os lucros, uma vez que os boicotes reduzem as vendas e o caos no transporte marítimo do Mar Vermelho eleva as tarifas de frete e ameaça as cadeias de suprimentos. Esses desafios representam um perigo para a recuperação recorde das ações dos EUA, conforme uma análise da Bloomberg que examinou centenas de balanços. Na metade do primeiro trimestre, o número de referências ao Mar Vermelho ou à “geopolítica” quase igualou o total dos três meses precedentes.

🤑 Novas recompensas. Depois de melhorar os bônus para seus banqueiros de investimento, o Santander se junta a seus pares europeus no aumento da remuneração a investidores: fará uma recompra de ações no valor de cerca de €1,5 bilhão e subirá os dividendos. A recompra foi aprovada pelos órgãos reguladores e terá início amanhã (20). O maior banco da Espanha também planeja propor um dividendo final em dinheiro de €0,095 por ação em sua assembleia geral anual. Com isso, aumenta seu índice de distribuição de 40% para 50% e cumpre a promessa feita em um dia do investidor há um ano.

PUBLICIDADE

O Santander registrou o maior lucro de sua história no último ano, com €11,1 bilhões de lucro líquido, beneficiando-se enormemente dos aumentos de taxas de juros pelo Banco Central Europeu. Contudo, espera-se que esse cenário mude, com previsões de que o BCE reduza as taxas este ano.

🤼‍♀️ Multa e rivalidade. A Apple enfrentará uma multa da União Europeia de cerca de €500 milhões devido à investigação do órgão regulador sobre as alegações de que ela silenciou rivais de streaming de música, incluindo o Spotify, em suas plataformas. A penalidade - a primeira da Apple no bloco - será fixada depois que o órgão de fiscalização da UE concluiu que a empresa violou as regras de concorrência ao impedir que os serviços de música rivais informassem aos usuários que existiam alternativas mais baratas fora da App Store, segundo fontes disseram à Bloomberg.

✂️ Cortes massivos. A Anglo American Platinum, conhecida como Amplats, propôs uma reestruturação que pode afetar cerca de 3.700 empregos em suas operações na África do Sul, em resposta à queda dos preços dos metais que comprimiu os lucros da empresa. Essa medida representa um golpe para uma das maiores indústrias de exportação do país e configura um revés adicional para o Congresso Nacional Africano, partido no poder, às vésperas de eleições cruciais neste ano. Os cortes potenciais afetariam aproximadamente 17% da força de trabalho da Amplats, além de impactar mais de 600 empresas contratadas pela mineradora.

⚪️ Planos para o gás natural. O Catar anunciará contratos adicionais para a venda de gás natural proveniente de um importante projeto de expansão para compradores na Europa e na Ásia, conforme informou Saad Al-Kaabi, ministro da Energia do país e líder do seu principal produtor, a QatarEnergy. Já reconhecido como um dos maiores exportadores de gás natural liquefeito do mundo, o Catar está aumentando sua capacidade anual de produção deste combustível, utilizado em usinas de energia e instalações químicas, em quase dois terços, alcançando 126 milhões de toneladas ainda nesta década. O país vem garantindo contratos de venda para parte dessa capacidade e continua buscando colocar volumes no mercado, numa estratégia que assegurará sua posição como fornecedor chave por décadas.

📈 O vaivém dos ativos. Os contratos futuros de índices dos EUA operavam em alta. As bolsas no mercado à vista não abrem hoje, assim como os negócios com bônus do Tesouro. As ações europeias recuavam a esmagadora maioria, enquanto os investidores aguardavam novos catalisadores após o impulso da semana passada, que chegou perto de um recorde de alta.

Entre os destaques individuais, a AstraZeneca chegou a subir mais de 3% depois que dados de ensaios mostraram que seu medicamento de sucesso Tagrisso retardou a progressão da doença em pacientes com câncer de pulmão avançado. A fabricante alemã de armas Rheinmetall avançou até 4% após anunciar que abrirá uma nova fábrica na Ucrânia para produzir munição de artilharia com um parceiro local de joint venture.

Na Ásia, as bolsas fecharam em direções mistas. Os contratos de petróleo WTI se desvalorizavam, mas os ativos atrelados ao ouro subiam. O bitcoin avançava, acima dos US$ 52.000.

(Com informações de Bloomberg News)

🗓️ AGENDA: Os eventos e indicadores em destaque hoje e na semana →

Os mercados esta manhã
🔘 As bolsas na sexta (16/02): Dow Jones Industrials (-0,37%), S&P 500 (-0,48%), Nasdaq Composite (-0,82%), Stoxx 600 (+0,62%), Ibovespa (+0,72%)
Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.