Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou em alta nesta terça-feira (29) após três pregões consecutivos de queda diante das incertezas sobre a guerra comercial.
O índice foi ajudado pela perspectiva mais favorável para as tarifas, além da alta nas ações da Petrobras (PETR4), um dos principais papéis da carteira teórica do Ibovespa.
O principal índice da B3 subiu 0,45%, aos 132.726 pontos.
Já o dólar caiu 0,38% contra o real, cotado a R$ 5,57.

No Brasil, o clima nos mercados é de expectativa sobre possíveis acordos que evitem as tarifas de 50% anunciadas pelo presidente americano Donald Trump sobre os produtos brasileiros.
A data de implementação das tarifas é nesta sexta-feira (1º).
O ministro Fernando Haddad disse à CNN Brasil que os canais com os EUA estão sendo desobstruídos, e que já falou com o secretário do Tesouro, Scott Bessent. “Nós mais importamos do que exportamos para eles, não faz sentido algum você punir alguém que tem um déficit comercial”, afirmou o ministro.
Uma chamada com Bessent ainda pode ocorrer, acrescentou Haddad. Ele afirmou ainda que o presidente Lula pediu todas as medidas possíveis para lidar com o assunto, mas descartou isenção fiscal a empresas.
Mais cedo, o secretário do Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, afirmou à CNBC que produtos que não são produzidos internamente pelos EUA, como café, poderiam entrar no país com tarifa zero, embora sem citar diretamente o Brasil.
O dia foi majoritariamente positivo para as ações do Ibovespa, com 65 dos 86 papéis do índice encerrando no positivo.
Destaque foi a Petrobras, que subiu 1,31% com a disparada de 3,6% no petróleo após pressão dos Estados Unidos sobre a Rússia, grande exportadora da commodity. Trump reiterou que os EUA podem impor taxas adicionais ao país caso uma trégua com a Ucrânia não seja atingida.
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Investidores também avaliam as negociações entre EUA e China.
O secretário do Tesouro afirmou que os dois países continuarão as negociações sobre a manutenção da trégua tarifária antes do seu vencimento em 12 de agosto, e que Trump tomará a decisão final sobre qualquer extensão no prazo. Adicionar mais 90 dias é uma opção, disse Bessent.
Assim como ocorreu após o acordo tarifário dos EUA com a União Europeia, a reação decepcionante do mercado aos sinais de progresso nas negociações com a China ilustra o declínio constante na capacidade dessas iniciativas de impulsionar grandes movimentações em Wall Street.
O S&P500 caiu 0,30% e o Nasdaq teve baixa de 0,38%.
O foco se volta para a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). A reunião para decisão de juros começa nesta terça-feira e o anúncio será realizado às 15h (horário de Brasília) de quarta-feira (30).
A ampla maioria dos investidores espera que a taxa seja mantida no intervalo entre 4,25% e 4,5% ao ano.
Vale lembrar que o presidente do Fed, Jerome Powell, tem sido pressionado há meses por Trump para reduzir os juros do país.
O mercado aguarda ainda a temporada de balanços: os resultados de Amazon (AMZN), Apple (APPL), Meta (META) e Microsoft (MSFT) serão divulgados nesta semana. No Brasil, a temporada ganha força a partir de quarta-feira (30), com a divulgação dos números do Santander (SANB11).
– Com informações da Bloomberg News.
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