Ibovespa sobe com impulso da Petrobras; dólar cai a R$ 5,67 com tensões comerciais

Embora a volatilidade do mercado de ações esteja avançando, estrategistas avaliam que é improvável que o mercado volte às mínimas do ano como ocorreu após o anúncio de tarifas de Trump

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Bloomberg Línea — Após cair mais de 1% no pregão de sexta-feira, o Ibovespa (IBOV) tem um início de mês de correção. O principal índice da B3 descola de Wall Street e avança 0,83%, aos 138.142 pontos.

Além disso, a ação da Petrobras contribuiu para a alta no Ibovespa. Há pouco, os papéis PETR4 subiam 1,17%, a R$ 31,26. O movimento ocorre, por sua vez, pelo preço do petróleo, que sobe mais de 3,09%. após a Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) aumentar a produção de petróleo pelo terceiro mês consecutivo.

Já nos mercados globais, a incerteza voltou ao radar após novas reviravoltas na agenda tarifária de Donald Trump. O presidente americano acusou a China de violar o acordo comercial entre os dois países na última sexta-feira (30), sem oferecer maiores explicações.

A declaração foi contestada nesta segunda-feira pelo governo chinês, que acusa os Estados Unidos de tomarem medidas contra os interesses da China – entre elas, estariam as “restrições discriminatórias” no controle de exportação na indústria dos chips.

Ainda na sexta-feira, Trump prometeu dobrar os impostos sobre todas as importações de aço e alumínio. As tensões barram a recuperação das ações americanas, com os futuros do S&P 500 recuando 0,36%.

“Justamente quando pensávamos que o ruído em torno das tarifas estava diminuindo, eventos recentes mostraram que os investidores não devem tomar nada como garantido até que as medidas sejam assinadas”, disse Daniel Murray, CEO da EFG Asset Management em Zurique, à Bloomberg News.

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Embora a volatilidade do mercado de ações esteja avançando, estrategistas avaliam que é improvável que o mercado volte às mínimas do ano como ocorreu após o anúncio de tarifas de Trump em 2 de abril. Os traders enxergam essas incertezas cada vez mais como táticas de negociação.

“A sensibilidade dos investidores e traders em relação a essas notícias sobre tarifas provavelmente está diminuindo um pouco”, disse Max Kettner, estrategista-chefe de multiativos do HSBC Holdings Plc, à Bloomberg TV.

“É principalmente uma ferramenta de negociação. Não preciso levar em conta um impacto persistente nos lucros, um impacto persistente nas perspectivas de lucros.”

Ainda assim há um impacto, especialmente no dólar, que foi negociado globalmente perto do menor nível desde 2023, após estender as perdas no ano para 7,6%. Contra o real, a moeda americana cai 0,89% e é negociada a R$ 5,67.

- Com informações da Bloomberg News.

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