Ibovespa sobe 1,7% após Powell sinalizar possibilidade de corte de juros nos EUA

No exterior, principais bolsas americanas operam em alta após presidente do Fed mencionar possível mudança de rota na política monetária

Traders On The Floor Of The New York Stock Exchange As Fed Chair Powell Holds New Conference
22 de Agosto, 2025 | 11:44 AM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) tem um dia positivo nesta sexta-feira (22) acompanhando o otimismo nos mercados globais com a perspectiva de corte de juros nos Estados Unidos.

O principal índice da B3 subia 1,73% por volta das 11h15, aos 136.840 pontos. O dólar, por sua vez, recuava globalmente e registrava queda de 0,82% contra o real no mesmo horário, cotado a R$ 5,43.

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O movimento vem após o aguardado discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Powell discursou nesta manhã no simpósio anual do Fed de Kansas em Jackson Hole, no Wyoming.

Leia também: Powell abre possibilidade ‘cautelosa’ de corte de juros nos EUA

“A estabilidade da taxa de desemprego e outras medidas do mercado de trabalho nos permitem prosseguir com cautela ao considerarmos mudanças em nossa postura política”, disse Powell.

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“No entanto, com a política monetária em território restritivo, a perspectiva básica e a mudança no equilíbrio de riscos podem justificar um ajuste em nossa postura política.”

A menção a uma possível virada na estratégia do Fed para abarcar cortes de juros entusiasmou os investidores globais nesta sexta-feira.

O Dow Jones subia 1,49% por volta das 11h15, enquanto S&P500 tinha alta de 1,35% e Nasdaq de 1,63%.

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Antes do discurso de Powell, os investidores estimavam a probabilidade de 75% de um corte nas taxas na próxima reunião entre 16 e 17 de setembro.

Essa porcentagem subiu para 89,2% após a fala, segundo ferramenta de monitoramento do CME Group.

Por outro lado, Powell argumentou que o Fed deve se precaver contra a perspectiva de que as tarifas do presidente Donald Trump levem a uma inflação persistente. Ele afirmou que os efeitos das tarifas sobre os preços ao consumidor são “claramente visíveis”, mas é razoável esperar que os efeitos sejam relativamente curtos.

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“Também é possível, no entanto, que a pressão ascendente sobre os preços, causada pelas tarifas, possa estimular uma dinâmica inflacionária mais duradoura, e esse é um risco a ser avaliado e gerenciado”, disse Powell.

“Quando nossos objetivos estão em tensão como agora, nossa estrutura exige que equilibremos ambos os lados do nosso duplo mandato [que observa inflação e mercado de trabalho]”, acrescentou.

-- Com informações da Bloomberg News

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Beatriz Quesada

Jornalista especializada na cobertura econômica. Formada pela USP, escreve sobre mercados, negócios e setor imobiliário. Tem passagens por Exame, Capital Aberto e BandNews FM.