Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) opera em queda nesta segunda-feira (9) com investidores reagindo negativamente à nova proposta do governo para equilibrar as contas públicas.
O principal índice da B3 recuava 1,35% por volta das 11h20, aos 134.268 pontos. O dólar, por sua vez, subia 0,14%, a R$ 5,58.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou neste domingo (8) o plano fiscal do governo para recompor receitas após a recepção negativa do decreto que elevou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
O governo federal deve encaminhar ao Congresso uma medida provisória que altera a tributação de determinados investimentos em renda fixa e da receita de empresas de apostas esportivas.
A proposta, que ainda aguarda aprovação final do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – atualmente em viagem à Europa –, inclui a taxação de 5% sobre novas emissões de LCA (Letras de Crédito do Agronegócio) e LCI (Letras de Crédito Imobiliário), que hoje são isentas de Imposto de Renda para pessoas físicas. Emissões anteriores seguem com a isenção preservada.
Investidores que esperavam uma solução de corte de gastos ao invés de incremento de receitas reagem negativamente à medida.
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No exterior, investidores tentam medir o impacto econômico total da guerra comercial.
“A política comercial continuará sendo a grande incerteza macroeconômica”, disse Kyle Rodda, analista sênior de mercado da Capital. “Sinais de mais avanços nas conversas podem dar um novo impulso aos mercados no início da semana.”
O S&P 500 opera perto da estabilidade, em queda de 0,02%. Dow Jones recua 0,28% e Nasdaq tem alta de 0,22%.
Raízen (RAIZ4) lidera baixas
Entre as ações do Ibovespa, as da Raízen (RAIZ4) lideram as baixas do dia em queda de 5% após os analistas do UBS BB cortarem a recomendação dos papéis de compra para neutra.
O preço-alvo também foi reduzido de R$3,90 para R$2,30, conforme relatório enviado a clientes nesta segunda-feira.
“Nós prevemos que a reestruturação positiva que a empresa está realizando levará mais tempo para se materializar em retorno aos acionistas”, afirmaram os analistas.
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