Ibovespa recua e dólar sobe a R$ 5,59 com tarifas de Trump; Cogna cai 5%

No exterior, investidores reagem ainda à série de tarifas impostas pelos EUA a parceiros comerciais; Canadá foi taxado em 35%

Entre as ações, apenas 14 dos 84 papéis do Ibovespa são negociados em alta
11 de Julho, 2025 | 11:10 AM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) segue em toada negativa nesta sexta-feira (11), com investidores ainda avaliando os impactos da ameaça tarifária do presidente americano Donald Trump, que indicou tarifas de 50% sobre todos os produtos brasileiros a partir de agosto.

O principal índice da B3 cai 0,54% por volta das 11h, aos 136.011 pontos. Na semana, o indicador caminha para uma queda de 3,73%.

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Já o dólar se fortalece em meio ao clima de incerteza, com investidores buscando proteção. A moeda americana sobe 0,82% e é negociada a R$ 5,59.

Entre as ações, apenas 14 dos 84 papéis do Ibovespa são negociados em alta. A MRV (MRVE3) lidera os ganhos, subindo 3,21%. Na lanterna, Cogna (COGN3) recua 5,08% e Marfrig (MRFG3) cai 4,25%.

As ações da Petrobras (PETR4), que tem grande participação no Ibovespa, seguram a queda do índice. Os papéis da petroleira sobem 1,12% acompanhando a alta do petróleo no mercado internacional.

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No exterior, os principais índices de ações recuam de olho na condução da política comercial americana, que teve diversos alvos esta semana além do Brasil. O S&P 500 recua 0,51% o Nasdaq 100 tem baixa de 0,27%.

As tensões aumentaram após Trump passar a semana enviando mensagens a parceiros comerciais sobre novas tarifas que entrarão em vigor no próximo mês caso não haja acordos mais favoráveis.

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Cartas a membros da União Europeia devem ser enviadas em breve, após o presidente anunciar na quinta-feira (11) que aplicará uma tarifa de 35% sobre alguns produtos do Canadá.

As tarifas sobre o Brasil foram anunciadas na quarta-feira (9), em meio a críticas sobre o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, definido por Trump como “caça às bruxas”.

“Os investidores estão sofrendo de uma ‘fadiga tarifária’”, disse David Chao, estrategista global de mercados da Invesco Asset Management, à Bloomberg News.

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“Há uma sobrecarga de políticas, com atualizações constantes, adiamentos e novos anúncios que criam um ambiente confuso.”

-- Com informações da Bloomberg News.

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Beatriz Quesada

Jornalista especializada na cobertura econômica. Formada pela USP, escreve sobre mercados, negócios e setor imobiliário. Tem passagens por Exame, Capital Aberto e BandNews FM.